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Família de traficante que pagava propina a PMs denuncia execução

Policiais omitiram, em registro oficial, tiro no tórax que causou a morte de Raphael Rosa Guimarães

Por Leslie Leitão e Rafael Lemos
20 dez 2011, 19h10

A família de Raphael Rosa Gimarães, 21 anos, fez na tarde desta terça-feira o sepultamento do jovem, no Cemitério de São Gonçalo. Raphael era conhecido como Chacal, e apontado pela polícia como o responsável pelo pagamento de propina a policiais militares do 7º BPM (São Gonçalo). Entre os beneficiados pelo dinheiro pago pelo tráfico estaria, segundo a Polícia Civil, até o comandante da unidade, coronel Djalma Beltrami, preso na manhã de segunda-feira na operação Dezembro Negro.

Raphael foi enterrado como indigente, apesar de a família ter feito o reconhecimento do corpo. Como o site de VEJA publicou na segunda-feira, Rapahel foi morto em uma ação de policiais do 7º BPM, unidade da PM que foi alvo da operação, e onde estão lotados os 11 acusados de receber propina de traficantes. A morte de Raphael consta como auto de resistência. Há, no entanto, informações desencontradas no registro do crime.

De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal, o jovem levou três tiros, sendo um em cada perna e um terceiro no tórax. Os policiais que fizeram o registro de ocorrência, no entanto, omitiram o ferimento no tórax que, de acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), foi a causa da morte. Os policiais que atiraram em Raphael afirmaram que ele correu e, por isso, foi baleado nas pernas.

Uma testemunha do caso, ouvida pela reportagem do site de VEJA, afirmou que o jovem foi executado. “Ele já estava dominado. Era muito magrinho, não tem como ter se soltado. Ele estava desarmado, vestindo só com uma bermuda larga. Quando pulou o muro do vizinho, a bermuda caiu e ele ficou pelado. Foi aí que atiraram nele”, disse a testemunha. No enterro de Raphael, parentes usavam uma camisa com o rosto do jovem.

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A Secretaria de Segurança do Rio e a Polícia Militar negam que a morte de Raphael tenha ocorrido horas depois de os dois órgãos serem oficialmente comunicados da Operação Dezembro Negro pela Chefia de Polícia Civil, como publicado no site de VEJA na noite de segunda-feira. A reportagem de VEJA apurou que na tarde de sexta-feira, 16 de dezembro, a chefe de Polícia, delegada Martha Rocha, comunicou os detalhes da investigação à Secretaria de Segurança. A secretaria informou, então, que as buscas aos acusados seriam feitas por agentes de duas corregedorias: a Corregedoria Geral Unificada (CGU) e a Corregedoria da Polícia Militar.

O 7º BPM ficou conhecido como a unidade de onde partiram os policiais que mataram a juíza Patrícia Acioli. A magistrada investigava mais de 60 falsos autos de resistência – ou seja, execuções que policiais militares registram como confronto com bandidos. Os policiais que são acusados de matar a juíza, segundo o Ministério Público do Rio, cometeram o crime para evitar que Patrícia detrecasse suas prisões, por envolvimento nesse tipo de crime.

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