Falta d’água atinge 1 em cada 4 distritos da capital paulista
Moradores que não haviam sido afetados pela falta de água passaram a conviver com torneiras vazias na quarta-feira
Pelo menos um em cada quatro distritos da capital paulista já registra falta de �água, segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta semana, com base em visitas e queixas da população. A reportagem constatou desabastecimento em parte de 24 dos 96 distritos de São Paulo.
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O número de bairros com reclamações passa de trinta e alguns relataram desabastecimento pela primeira vez no ano. Morador da Cidade Dutra, na Zona Sul, o motoboy Mário Almeida, de 30 anos, foi surpreendido pelas torneiras secas nesta terça. “Faltou umas 21 horas ou 22 horas e só voltou hoje às 10 horas. Agora, a água está bem fraca, não dá nem pressão no chuveiro”, reclamou. Apesar das queixas, a Sabesp informou em nota nesta terça que “as elevadas temperaturas dos últimos dias provocaram aumento do consumo que, associado às medidas operacionais (para a crise no Cantareira), prejudicou o abastecimento em alguns pontos altos e distantes”.
Pelo segundo dia consecutivo, moradores que não haviam sido afetados pela falta de água passaram a conviver com torneiras vazias na quarta-feira. Bairros como Barra Funda, Brasilândia, Consolação, Cidade Dutra, Morumbi, Campo Belo e Itaquera já colecionam reclamações. Houve problemas sobretudo nas Zonas Norte e Sul, por causa de “acidentes no fornecimento”, segundo a Sabesp. Nesta quarta-feira, as torneiras que usam água da rua da casa da educadora Paula Fernandes Camargo Fonseca, de 31 anos, só faziam barulho de ar. Ela mora na Saúde, Zona Sul.
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Segundo o superintendente de produção de água da Região Metropolitana de São Paulo, Marco Antônio Lopes Barros, o alto consumo e a limitação de retirada de água tornam bem mais lenta a normalização dos sistemas. “Mas os moradores terão o abastecimento regularizado nos próximos dias”, afirmou. Quando a água falta nas torneiras, a preocupação da dona de casa Seuma Tenório, de 54 anos, é uma só: a filha, Denise Pires, de 26, que tem paralisia cerebral. Com uma lesão no cérebro, Denise sofre convulsões constantemente, que podem até provocar refluxo. “Se vomitar, não vou ter como limpar”, diz a mãe.
(Com Estadão Conteúdo)