Executivos da Schahin se calam em CPI
Cinco integrantes da família que controla a empresa adotaram estratégia idêntica; agora, a companhia pode virar alvo da Kroll
Os cinco integrantes da família Schahin convocados para depor na CPI da Petrobras nesta quarta-feira se recusaram a responder as perguntas dos deputados. O grupo Schahin, que arrendava sondas para a estatal, é investigado por integrar o cartel que superfaturava obras da Petrobras e pagava propina a autoridades. Carlos Eduardo, Milton, Salin, Rubens e Pedro Schahin, executivos da empresa, foram orientados pelos advogados a ficar em silêncio.
O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), chegou a perguntar a Milton Schahin se ele era um homem decente e honesto. Mesmo neste caso, a resposta foi a padrão: “Por orientação dos meus advogados, permanecerei em silêncio”.
O deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) apresentou documentos que comprovam um patrimônio de 500 milhões de reais em nome da empresa. O grupo controlaria 200 companhias no Brasil e outras cem fora do país. Isso lança suspeita sobre o pedido de recuperação judicial feito pelo grupo Schahin após a paralisação de seus contratos com a Petrobras.
Diante da informação e da recusa dos executivos em colaborarem à CPI, o presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), vai pedir que a Schahin seja uma das prioridades da empresa Kroll na busca por ativos no exterior. A Kroll foi contradada pela CPI para realizar um trabalho de inteligência – em especial, na busca por recursos ocultos fora do país.