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Ex-presidente da Eletronuclear recebeu R$ 12 mi de propina em obras de Angra 3

Vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva foi preso novamente nesta quarta-feira sob suspeita de receber dinheiro ilícito da Andrade Gutierrez

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 jul 2016, 15h48

O ex-presidente da Eletronuclear e vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, preso nesta quarta-feira na Operação Pripyat, recebeu cerca de 12 milhões de reais da empreiteira Andrade Gutierrez, segundo informações do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro. O valor corresponde a 1% do contrato orçado em 1,2 bilhão de reais para a construção da usina de Angra 3. Outros 6 milhões de reais teriam sido distribuídos entre cinco ex-dirigentes da Eletronuclear, que também foram detidos hoje. São eles: Luiz Soares, Edno Negrini, Luiz Messias, José Eduardo Costa Mattos e Persio Jordani.

Segundo a representação do MP, uma parcela do dinheiro ilícito ainda foi embolsada pelo “núcleo político” da organização criminosa, que é investigada pelo Supremo Tribunal Federal por envolver pessoas com foro privilegiado. As quantias foram pagas em dinheiro ou por meio de contratos fraudulentos.

Apesar de estar cumprindo prisão domiciliar, Othon, que já é réu no processo do eletrolão, teve nova prisão decretada por suspeita de que, mesmo afastado do cargo, ainda mantém influência sobre a estatal. A procuradoria colheu indícios de que ele estava interferindo nas investigações internas conduzidas pela Eletrobras por meio do presidente atual da estatal, Pedro José Diniz Figueiredo, e da procuradora jurídica da Eletronuclear, Denisse Sollami. Os dois foram afastados do cargo e foram alvos de mandados de condução coercitiva.

“Foram interceptadas conversas que revelaram destruição de documentos, ocultação patrimonial, interferência na investigação interna, inclusive com violação de ambientes lacrados, manutenção de influência de funcionários afastados e relações suspeitas com outras empresas”, afirmou o MPF, em nota, justificando os mandados de prisão e afastamento do ex-presidente e do seu sucessor no cargo.

Othon foi preso pela primeira vez em julho do ano passado durante a deflagração da 16ª fase da Lava Jato, a Radioatividade. Na ocasião, ele era suspeito de ter embolsado 4,5 milhões de reais de propina.

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Também foi conduzido obrigatoriamente para prestar depoimento o diretor afastado da Eletrobras Valter Luiz Cardeal, o ‘homem de Dilma’ na estatal. Segundo a procuradoria, a sua participação no esquema ainda precisa ser “devidadamente esclarecida”, mas há suspeitas de que ele seria o responsável por solicitar e efetuar o pagamento reservado ao núcleo político e administrativo da quadrilha, segundo os delatores.

As investigações de hoje se fundamentaram nas delações premiadas dos ex-executivos da Andrade Gutierrez Flavio Barra, Clóvis Primo, Rogério Nora e Gustavo Botelho. Segundo a procuradoria, eles forneceram documentos, notas fiscais e planilhas relacionadas aos contratos ficticios firmados para dar aparência de legalidade às operações ilícitas.

Outra parte das informações que contribuíram para a deflagração da operação veio da quebra do sigilo bancário e fiscal da empresa Flexsystem, do empresário Ney Gebran Pereira (já falecido). De acordo as investigações, a empresa dele recebeu vultuosos valores da Andrade e da Engevix, localizando-se em um endereço residencial, sem ter nenhum registro de funcionários.

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