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Ex-diretor da Petrobras deve ser ouvido na Câmara dia 16

Nestor Cerveró, autor do parecer que a presidente Dilma Rousseff chamou de 'falho' sobre a compra da refinaria de Pasadena, vai à Câmara

Por Laryssa Borges e Marcela Mattos, de Brasília
2 abr 2014, 12h52

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró enviou uma carta à cúpula do Congresso Nacional informando que está disposto a ser ouvido pelos deputados, no próximo dia 16, sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras. Ele foi apontado pela presidente Dilma Rousseff como responsável pelo relatório “falho” que subsidiou a compra da refinaria no Texas, num negócio que deixou prejuízo de 1,18 bilhão de dólares.

Após trinta anos na companhia, Cerveró foi demitido pelo Conselho de Administração da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, no dia 21 de março. Em 2006, ano da compra da refinaria de Pasadena, Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras – e chancelou, apoiando-se nos votos favoráveis de todos os demais conselheiros, a conclusão do negócio. Segundo outros integrantes do conselho à época, o documento que fundamentou a decisão foi corroborado por análises do banco Citibank, que deu aval às condições de compra. Naquele ano, a estatal adquiriu 50% da refinaria que pertencia ao grupo belga Astra Transcor por 360 milhões de dólares. Um ano antes, o grupo belga havia arrematado 100% do mesmo negócio por 42,5 milhões de dólares.

O ex-diretor não é obrigado a comparecer à Câmara, mas partidos de oposição negociaram previamente com ele para garantir sua presença no Congresso. Cerveró chegou ao posto de diretor da Petrobras após consulta ao senador petista Delcídio Amaral (PT-MS), embora também seja apadrinhado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

“Estou à disposição da Câmara dos Deputados para prestar os esclarecimentos que se fizerem necessários sobre minha participação, à época, na Diretoria Internacional da estatal, bem como toda a tramitação do processo aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras e ainda demais fatos que evidenciam a lisura do meu procedimento”, disse Cerveró em carta encaminhada à Câmara.

Mantega – Pela manhã, em entrevista ao programa da EBC Bom Dia Ministro, o ministro da Fazenda e atual presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Guido Mantega, defendeu a compra da refinaria de Pasadena: “Tenho a certeza de que o Conselho de Administração agiu corretamente nessa ocasião. O conselho é formado por pessoas da mais alta competência do setor público e privado. E, portanto, analisou a questão na época que ela foi analisada com toda profundidade necessária”, disse.

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Holanda – Além de buscar informações sobre a refinaria de Pasadena, os deputados também se preparam para investigar as denúncias de que a Petrobras teria recebido propina da empresa holandesa SBM Offshore, maior fabricante de plataformas marítimas de exploração de petróleo do mundo. A Câmara instalou nesta quarta-feira a comissão externa que vai viajar à Holanda para acompanhar as apurações do Ministério Público local. Os deputados também vão solicitar relatórios ao Tribunal de Contas da União, ao Ministério Público brasileiro e à Petrobras sobre a offshore.

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, a SBM Offshore afirma não ter detectado, em investigação interna conduzida por um conselho independente, indícios de pagamentos irregulares a funcionários públicos no Brasil. Depoimento de um ex-funcionário da SBM sugeriu que funcionários da Petrobras haviam recebido propina da empresa holandesa para fechar negócios. Na terça-feira, comunicado da estatal brasileira também informou que a auditoria interna aberta pela Petrobras para investigar as denúncias de suborno também não encontrou evidências que comprovem o pagamento de propina.

Como a comissão externa não tem o poder de quebrar sigilos nem convocar envolvidos nas denúncias, planejam contar com a CPI para um trabalho em conjunto de investigação. Fazem parte da comissão que vai à Holanda os deputados da oposição Fernando Francischini (SDD-PR), Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Carlos Sampaio (PSDB-SP), além dos governistas Maurício Quintella Lessa (PR-AL), Luiz Alberto (PT-BA), Lucio Vieira Lima (PMDB-RJ), Paulo Magalhães (PSD-BA), Mario Negromonte (PP-BA) e Anthony Garotinho (PR-RJ).

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