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Escolta e comboio atrasam ônibus em Santa Catarina

Governo do estado dobrou número de viaturas usadas para a segurança das linhas, mas o esquema tem alterado a rotina dos passageiros em Florianópolis

Por Gabriel Castro, de Florianópolis
16 fev 2013, 07h14

O reforço na escolta dos ônibus que circulam à noite na grande Florianópolis aumentou a sensação de segurança na capital catarinense, mas também gerou atrasos nas viagens. Nesta sexta-feira, o número de viaturas designadas a acompanhar os coletivos passou de 40 para 80. O governo promete manter, ao menos até domingo, o esquema especial de segurança entre as 20h e as 23h. O objetivo é evitar a repetição dos ataques incendiários que têm assustado a população desde o fim de janeiro.

Nesta sexta-feira, no principal terminal da capital catarinense, os passageiros se dividiam entre o receio de novos ataques e a impaciência com a demora na circulação das linhas. Durante o dia, o sistema de som do local avisava sobre as alterações e dizia que o objetivo era “garantir a segurança dos usuários e trabalhadores”.

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Adriano da Silva é cobrador da Canasvieiras, uma das empresas mais afetadas pelos ataques aos ônibus. Ele diz que, entre os funcionários, o sentimento é de insegurança – apesar das medidas tomadas pelo governo para desarticulr a facção criminosa por trás dos ataques incendiários: “A gente fica apreensivo, mesmo com a escolta. Agora eles estão transferindo alguns presos. Ou vai piorar tudo ou vai acabar”, afirma.

O operador de telemarketing Wilson Putzel passou a sair mais cedo do trbalho para minimizar os efeitos da diminuição do número de linhas de ônibus. Mas teve de ter paciência: “Geralmente eu espero dez minutos. Hoje, fiquei mais de uma hora”, reclamou, na noite desta sexta.

Lisiane Aude, gerente de uma loja em um shopping da cidade, teve de alterar a escala de seus funcionários; os que têm carro passaram a ficar até o horário de encerramento, às 22h, enquanto os demais saem antes. “Eu refiz todos os horários”, diz ela, que, como é usuária de ônibus, alterou a própria rotina para encerrar o expediente mais cedo.

Durante esta sexta-feira, o governo do estado e a prefeitura de Florianópolis tentaram convencer os motoristas de ônibus a cumprir a jornada normal de trabalho – e não a versão reduzida, de 7h às 19h, como queriam os trabalhadores. No fim, após a promessa de reforço na escolta, os funcionários aceitaram o pedido das autoridades.

Comboio – A reportagem de VEJA acompanhou um dos trajetos sob escolta na noite desta sexta-feira: eram três ônibus em sequência, todos em direção à região norte da ilha. O comboio, que deixou o terminal central às 21h, foi seguido por um carro com dois guardas civis. Na maior parte dos casos, entretanto, é a Polícia Militar quem acompanha a viagem dos coletivos. A Força Nacional, recém-chegada a Santa Catarina, não participará da proteção aos veículos.

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Dentro do coletivo, alguns sinais de apreensão: uma senhora contava à amiga que, em uma viagem anterior, os passageiros foram alertados para fecharem as janelas e, assim, impedir que criminosos atirassem explosivos caseiros dentro do ônibus.

Já no trecho final da viagem, mais de uma hora depois, os três ônibus se dividiram e cada um passou a ser seguido por uma viatura diferente. A viagem do terminal central até a parte norte da ilha correu sem problemas.

No sentido contrário, a situação era pior. Muitos passageiros que tentavam deixar os bairros da cidade rumo ao centro se queixavam que as linhas só funcionavam regularmente entre os principais terminais, prejudicando o acesso a outras áreas da cidade.

Com receio dos ataques, os motoristas de ônibus haviam anunciado que só trabalhariam até as 19h a partir desta sexta-feira. Mas o governo elevou de 40 para 80 o número de viaturas destacadas para fazer a escolta dos coletivos. Com isso, os funcionários cederam. Mas, como a incerteza durou até o meio da tarde, muitas pessoas saíram mais cedo do trabalho. Às 18h30, o terminal central de Florianópolis estava lotado, com filas bem maiores do que o normal para o horário.

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