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Escolha pelo silêncio pode prejudicar Bruno

Defesa do goleiro orienta réu a não responder às perguntas da promotoria para evitar contradições

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 mar 2013, 17h30

A estratégia de defesa do goleiro Bruno é de que o réu não responda às perguntas feitas pelo promotor Henry Castro, durante horas nas quais a acusação apresentará a sua versão sobre a participação do goleiro na morte de Eliza Samudio. É direito de Bruno ficar calado. A juíza Marixa Fabiane avisou que “o silêncio não pode ser interpretado como culpa”. No entanto, em um Tribunal de Júri, a opção por não falar pode ser um tiro no pé. A decisão de absolver ou condenar Bruno está nas mãos de sete leigos, que não precisam fundamentar a escolha, mas apenas responder a um questionário. Ou seja, por não precisar embasar a decisão, tudo passa a valer como argumento para esse jurado – desde as interpretações sobre o silêncio de Bruno até as falas das partes.

É um julgamento diferente daquele feito por um juiz togado, que precisa embasar a opção por condenar ou não o réu. O objetivo da defesa ao orientar Bruno a permanecer em silêncio é para que ele não caia em contradição. Para os sete integrantes do júri, isso pode ser um indicativo de quem tem culpa no cartório. O promotor poderá usar quanto tempo quiser para acusar Bruno do crime. Poderá fazer perguntas, mesmo sabendo que não terá resposta. O Tribunal do Júri tem uma parcela significativamente teatral – e esse jogo de perguntas sem resposta será mais um ato na tentativa da promotoria de empurrar o goleiro contra a parede.

Tema em foco: Acompanhe o Caso Bruno

Na noite de terça-feira, Henry Castro disse que vai reforçar a tese que Bruno, além de mandante, também estava na cena do crime. Para isso, ele lembrará da ligação feita do celular do Jorge Luiz Rosa Sales, primo de Bruno, para Dayanne momentos antes da morte de Eliza. O telefonema foi dado às 20h51, na área da Pampulha, local onde Macarrão disse, em sua confissão em novembro, que entregou Eliza ao seu algoz. Durante o interrogatório, o promotor perguntou a Dayanne qual foi o motivo da ligação. Henry quis saber o que ela e Jorge conversaram. Dayanne disse não se lembrar de ter falado com o Jorge naquela noite.

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“Claro que ela não se lembra, pois não falou com Jorge, mas com Bruno. A ligação foi feita pelo Bruno. Nesse momento, ele comunicava a Dayanne que ela teria que ficar e cuidar de Bruninho. E quem teria motivo para não usar o próprio celular neste momento, já que o Macarrão tinha o próprio celular?”, argumentou o promotor, rebateu Castro. Nesta quarta, Bruno não comentará a acusação, que será exposta novamente pelo promotor.

“O réu se cala para não cair nas artimanhas da acusação. Não dá chance de a acusação pegá-lo em contradição ou tentar fazer com que os jurados entendam que há uma contradição. Por outro lado, pode parecer estranho para esses jurados. Costuma convencer mais o júri aquele réu que responde a tudo”, explica Breno Melaragno, professor de Direito penal da PUC-Rio.

O silêncio é uma faca de dois gumes. Não dá para prever até que ponto será válido ou não. “O acusado se utiliza do interrogatório da forma que quiser e se quiser. O mais comum é que ele opte por falar para dar a versão dele aos fatos. No caso do silêncio, não dá para saber se os jurados verão com bons olhos”, diz André Perecmanis, professor de direito da PUC-Rio. LEIA TAMBÉM: Mulheres acertam as contas com o goleiro Bruno

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