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Escândalo derrubou investimento nos Transportes

Pasta cortou em 17,4% recursos aplicados em 2012 - e foi grande responsável por queda nos investimentos da União. Corrupção é uma das causas do quadro

Por Da Redação
14 dez 2012, 10h50

O Ministério dos Transportes foi o principal responsável pelo baixo ritmo de investimentos do governo federal em 2012. De acordo com levantamento da ONG Contas Abertas, a pasta reduziu em 17,4% os recursos aplicados neste ano. O porcentual representa uma retração de 1,8 bilhão de reais em investimentos em obras e na compra de equipamentos. Por trás dos maus resultados deste ano está a adequação dos principais órgãos da pasta a mudanças adotadas na esteira do escândalo de corrupção descoberto nos Transportes em 2011.

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Ao todo, o ministério aplicou 9 bilhões de reais neste exercício, ante 10,9 bilhões de reais em 2011. O valor fica ainda menor se comparado ao de 2010, quando 11,2 bilhões de reais foram investidos. A previsão era que 17,4 bilhões de reais fossem aplicados em 2012, o maior montante dentre os 38 órgãos da administração direta. Principal órgão dos Transportes – e epicentro do escândalo de corrupção revelado por VEJA – o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) investiu 9,5 bilhões de reais em 2011, enquanto, no mesmo período deste ano, as aplicações foram de apenas 7,7 bilhões de reais.

Segundo a assessoria de imprensa do Dnit, em razão das irregularidades, foi implantada nova metodologia de trabalho que valoriza a elaboração de projetos executivos, “o que retarda um pouco a contratação de novas obras”.

Na Valec, responsável por coordenar, executar, controlar, revisar, fiscalizar e administrar obras de infraestrutura ferroviária, a situação não é diferente. Nos onze primeiros meses de 2010, os investimentos foram de 2 bilhões de reais. Em 2011 e 2012, caíram para 1,3 bilhão de reais e 890 milhões de reais, respectivamente. Segundo o órgão, a queda no desempenho também é efeito do escândalo. No ano passado todos os processos de licitação e contratação foram suspensos por vários meses. “Além disso, houve a necessidade de revisão de vários trechos dos projetos que estavam em andamento e de alteração de novos projetos, fazendo com que o ritmo das obras sofresse desaceleração ou paralisações por algum tempo”, afirmou assessoria.

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O senador Clésio Andrade (PMDB-MG), presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), afirmou em artigo que uma das principais razões do não investimento é que o governo não dispõe de projetos prontos para obras já decididas como prioritárias e estratégicas. “Os valores dos investimentos no setor ficam muito abaixo das necessidades e poderiam ser mais expressivos”, citou. Andrade ressaltou ainda que os investimentos em infraestrutura elevam a demanda agregada, a capacidade produtiva da economia e a competitividade de todos os atores. “É de conhecimento comum que investimentos em logística, ou seja, na construção, duplicação e melhoria de estradas e ferrovias, portos e aeroportos, e obras correlacionadas, são um dos principais instrumentos de impulsão do crescimento”, diz o senador.

Até novembro, o governo federal investiu apenas 45% dos 90,4 bilhões de reais previstos para este ano. O baixo ritmo dos investimentos da União tem impacto direto no desemprenho da economia brasileira – ou seja, contribuiu para o “Pibinho” de 0,6% registrado no terceiro trimestre de 2012.

O escândalo – Em julho de 2011, reportagem de VEJA revelou a existência de um esquema de corrupção operado por caciques do PR no Ministério dos Transportes. O partido cobrava propina de empreiteiras interessadas em contratos com a União. O esquema tinha como coração o Dnit e a Valec. O caso resultou na queda do então ministro da pasta, Alfredo Nascimento, do diretor do Dnit e do presidente da Valec. Mais de 20 funcionários da pasta e de órgãos ligados a ela acabaram demitidos na esteira do escândalo.

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