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Erenice confirma encontros, mas nega irregularidades

Ex-ministra da Casa Civil prestou depoimento à Polícia Federal, em Brasília

Por Luciana Marques
25 out 2010, 15h12

Embora tenha negado as denúncias de tráfico de influência e favorecimento de familiares, reveladas por VEJA, a ex-ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, confirmou encontros com representantes de empresas, como o ex-sócio da MTA Fábio Baracat. O empresário, em entrevista a VEJA, diz que o filho da ex-ministra, Israel Guerra, cobrava uma taxa de sucesso de 6% para conseguir contratos com o governo.

Erenice Guerra prestou depoimento à Polícia Federal (PF) em Brasília. Ela foi ouvida durante quatro horas. Respondeu a cerca de 100 perguntas, principalmente sobre o relacionamento com representantes de empresas citadas em denúncias, como a MTA Linhas Aéreas, a Unicel e a EDRB.

Segundo Erenice, Israel levou Baracat para um jantar social em sua casa, onde outras pessoas estavam presentes. A ex-ministra afirmou ter encontrado Baracat em um almoço, depois de receber um telefonema do filho convidando-a. Segundo ela, o encontro ocorreu em uma padaria próxima de sua residência e seu marido, José Roberto Campos, também estava presente. “Em nenhum momento se tratou de comércio, de negócio, de assuntos do governo, nada. Foi uma conversa amena de 40 minutos e foram embora”, afirmou o advogado Mário de Oliveira.

Erenice disse à PF que, como ambos têm idades parecidas, ela não estranhou a visita do amigo do filho. O advogado da ex-ministra Mário de Oliveira reproduz as palavras da cliente no depoimento: “Se fosse uma pessoa mais velha [Fábio Baracat], poderia me despertar atenção”.

Erenice negou ter participado de negociações do governo com as companhias, segundo afirmou o advogado Mário de Oliveira Filho ao site de VEJA: “Ela não conhece proprietários, nem autorizou quem quer que seja a falar em nome dela em qualquer ação relativa ao governo com o setor empresarial. Nunca autorizou ninguém, nem filho, nem secretário. Ela não tem conhecimento de absolutamente nada”.

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EDRB – Erenice confirmou ter se encontrado com donos da EDRB durante meia hora e discutido assuntos de “ordem técnica”. O empresário Rubnei Quícoli relatou que a empresa de Israel Guerra – Capital Assessoria e Consultoria – cobrou propina para que a EDRB conseguisse empréstimos junto ao BNDES.

A ex-ministra negou à PF que seu marido tenha sido proprietário da Unicel, empresa que foi favorecida pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) na obtenção de licença para operar telefonia móvel via rádio. Ela disse que se trata de um homônimo e que se marido é sócio de uma empresa pequena que prestava esporadicamente serviços de gerenciamento de implantação de rádio e fibra ótica.

Erenice afirmou ainda que esteve duas vezes no escritório Trajano e Silva, onde o filho dela se reunia com empresários para cobrar a “taxa de sucesso”. Ela disse que participou da inauguração do escritório e que voltou ao local para tratar de assuntos de família, já que seu irmão Antônio Alves Carvalho era um dos sócios. Também trabalha no escritório o advogado de campanha de Dilma Rousseff Márcio Silva.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, autorizou, em setembro de 2009, a contratação pela EPE do escritório Trajano e Silva Advogados. A operação foi realizada sem licitação pela funcionária do órgão, Maria Euriza Alves Carvalho, irmã da ex-ministra.

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