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Entidades ligadas ao PT fazem atos para blindar Dilma

Militantes pró-Dilma marcam protestos nas 27 capitais do país dois dias antes do grande ato pela saída da presidente

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 mar 2015, 08h05

Com o intuito de blindar a presidente Dilma Rousseff dos protestos pró-impeachment convocados para 52 cidades no domingo, sindicatos e movimentos sociais ligados ao PT conclamaram seus militantes a saírem às ruas nas 27 capitais do país nesta sexta-feira, dois dias antes da manifestação pela saída de Dilma – protesto que cercou de tensão o Palácio do Planalto. As passeatas em defesa da presidente são capitaneadas por braços do PT como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central de Movimentos Populares (CMP), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

A marcha foi organizada depois de o ex-presidente Lula convocar o líder do MST João Pedro Stédile a “colocar o exército dele nas ruas” em defesa do governo, dizendo “também sabemos brigar”. A pauta divulgada pelas centrais, porém, foi travestida com outras bandeiras: vai desde a manutenção dos direitos trabalhistas (após Dilma mudar regras de concessão do seguro desemprego), passando pelo que chamam de “defesa da Petrobras” (em meio a um escândalo de corrupção que abasteceu cofres de partidos da base aliada), à reforma política idealizada pelo próprio PT. Ao convocar seus militantes, o PT deixa claro que o objetivo é fazer um contraponto às manifestações de domingo, uma espécie de “protesto contra protesto”. O partido anuncia o ato como “grande mobilização nacional em defesa da democracia”.

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Em São Paulo, a manifestação foi marcada em frente ao escritório da Petrobras, na Avenida Paulista, no mesmo local e horário onde o grupo Revoltados Online, que pede a saída da presidente e defende a intervenção militar, fará um ato durante a tarde desta sexta-feira. Um possível encontro dos grupos antagonistas preocupa a Polícia Militar.

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No fim do mês passado, militantes pró e anti Dilma trocaram socos e chutes em frente à Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, durante uma manifestação também gestada pelo PT. Para evitar que essa cena se repita na capital paulista, o comando da PM se reuniu com os líderes dos dois movimentos na última segunda-feira. No encontro, ficou definido que a CUT irá se deslocar pela Avenida Paulista até a Praça da República, enquanto o grupo Revoltados Online permanecerá parado em frente ao escritório da Petrobras.

O clima entre os grupos sugere apreensão. Após a reunião com a PM, o secretário de finanças da CUT, Renato Carvalho Zulato, fez um apelo para que os opositores não se dirijam à Avenida Paulista nesta sexta. “Vamos pedir às pessoas que têm outras ideias e fazem provocações não irem à Paulista no dia porque é um direito nosso expor nossas ideias”, disse Zulato. Já o líder do Revoltados Online, Marcello Reis, afirmou que, se os militantes de esquerda não cumprirem o acordo, espera que a Polícia Militar os retire do local. “Não vou baixar a cabeça para ninguém da CUT. Tenho confiança de que a Polícia Militar vai fazer o seu trabalho”, afirmou. Segundo ele, a intenção do protesto é divulgar o ato de domingo e não mobilizar um grande número de pessoas. Nesta quarta-feira, o grupo reuniu menos de quarenta pessoas em uma manifestação em frente ao escritório da Petrobras, no Rio.

Os principais grupos responsáveis pelo ato de domingo – Movimento Brasil Livre e o Vem pra Rua – consideram a mobilização de entidades associadas ao PT como um “tiro no pé” para o próprio partido. Mas veem com apreensão a possibilidade de haver conflito entre os militantes dos dois lados: atos de violência poderiam espantar as pessoas que pretendem ir ao protesto do dia 15. “Isso é uma tentativa patética de tentar devolver as ruas à esquerda. Mas acho que será uma vergonha para eles se comparar com o número de pessoas que vai no domingo”, disse Kim Kataguiri, de 19 anos, um dos líderes do Brasil Livre. Nesta semana, Lula voltou a dizer que espera que “muita gente compareça” ao protesto organizado pelas centrais sindicais e os sem-terra para defender Dilma.

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