Durante as investigações que desvendaram o esquema do petrolão, a força-tarefa da Operação Lava Jato interceptou mensagens em que empreiteiros do chamado clube do bilhão se referiam ao ex-presidente Lula pelo apelido de “Brahma”. Hoje, diante do silêncio de quase todos os depoentes e da improdutividade dos trabalhos da CPI da Petrobras, os deputados que viajaram a Curitiba para colher depoimentos elegeram um novo personagem para receber a alcunha: o veterano Nabor Bulhões, que recentemente assumiu a coordenação da defesa dos executivos da construtora Odebrecht. “Entra depoente, sai depoente, ninguém fala nada, os advogados vão mudando, mas aquele lá fica”, notou o deputado Julio Delgado (PSB-MG). “Aquele é o chefão, é o Brahma”, rebateu o tucano Bruno Covas (PSDB-SP), insinuando que o ex-presidente comandava o esquema de corrupção investigado. Bulhões é criminalista há anos e defendeu o ex-presidente Fernando Collor de Mello na ação penal decorrente do processo do impeachment. (Laryssa Borges, de Curitiba)