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Em vez de trabalho, congresso da CUT discute o mensalão

O ex-ministro José Dirceu, denominado chefe da quadrilha pelo procurador-geral da República no processo, foi tietado por sindicalistas

Por Thais Arbex
10 jul 2012, 00h31

Em vez de questões trabalhistas, o tema que ganhou relevância na abertura do 11º congresso da Central Única dos Trabalhadores (CUT) foi o julgamento do processo do mensalão – com direito a tietagem a alguns do réus do maior escândalo de corrupção do Brasil. O ex-ministro José Dirceu (considerado o chefe da quadrilha, de acordo com o procurador-geral da República) foi ovacionado pelos sindicalistas presentes ao evento, realizado em São Paulo. Teve de posar para fotografias com os participantes. Mais discreto, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares também circulou pela assembleia.

O congresso ocorreu um dia depois do novo presidente da CUT, Vagner Freitas, declarar que a central sindical vai às ruas caso haja politização do julgamento do mensalão, marcado para começar em 2 de agosto no Supremo Tribunal Federal. Os mensaleiros dividiram espaço com o candidato a prefeito de São Paulo e ex-ministro da educação Fernando Haddad, o senador Eduardo Suplicy e o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia. O ex-presidente Lula cancelou sua participação horas antes por recomendação médica.

Desarmamento do julgamento – Pouco antes de discursar, Marco Maia criticou o dia escolhido para iniciar o julgamento por causa da campanha eleitoral. “Não é a mais adequada nem a mais equilibrada”, afirmou. “Qualquer denúncia, qualquer acusação feita durante o processo eleitoral no Brasil vira disputa política.” Ele usou a palavra ‘desarmamento’ para pedir menor pressão sobre os ministros do STF. Para ele, há pressão da imprensa, dos movimentos sociais e dos partidos políticos. “Estou em uma campanha pelo desarmamento. Quero que o julgamento do mensalão ocorra de forma natural e tranquila e que não seja contaminado pelo debate eleitoral”, disse. “Todos nós, que estamos envolvidos com política, temos que cumprir o papel para garantir que o julgamento ocorra sem que haja politização”, disse.

Freitas recuou das declarações de que a central sindical pode mobilizar trabalhadores contra um julgamento político do mensalão, embora não tenha descartado uma manisfestação pública contra o STF. “Não temos dúvida nenhuma de que teremos um julgamento técnico. O Supremo, como órgão competente que é, tem toda a confiança da população brasileira para fazer um julgamento no campo técnico, daquilo que está nos autos”, disse.

Eleições – Um dos principais convidados do evento, Fernando Haddad teve participação discreta. Sem a presença de Lula, o petista foi chamado ao palco como “ministro licenciado”. Haddad pediu demissão do Ministério da Educação em janeiro deste ano para disputar a eleição na capital paulista. Embora não tenha feito referência ao pleito de outubro, o presidente da CUT, Artur Henrique, afirmou que a central “não tem vergonha de dizer que a CUT tem lado. Vamos percorrer todo o país com a militância para dizer que temos lado”.

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