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Em São Paulo, uma eleição acirrada e o projeto político de Lula

Campanhas sacaram todas as armas, dando o tom hostil que marcou o segundo turno entre José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT)

Por Da Redação
28 out 2012, 09h27

O paulistano vai às urnas neste domingo para escolher o prefeito da cidade após uma campanha de segundo turno marcada pelo clima hostil que predominou no horário eleitoral, nos debates e na campanha na rua. José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) concentraram suas campanhas em exibir ao eleitor os calcanhares de Aquiles do adversário, numa “guerra ética” declarada, além de confrontarem as realizações das gestões do PT e do PSDB em São Paulo.

Do lado tucano, Serra explorou a condenação de petistas no julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), na semana seguinte à votação do primeiro turno das eleições municipais. Serra questionou a honestidade do partido e vinculou a figura de Haddad aos mensaleiros, afirmando que se o petista for eleito, os condenados voltarão à política em cargos na prefeitura. “Não vai ter desempregado do mensalão no meu governo”, afirmou Serra durante debate no SBT. No primeiro dia da propaganda eleitoral na TV, o tucano disse que ganhar a eleição em São Paulo é para o PT “ponto de honra para esconder o mensalão”. Eleger Haddad em São Paulo é o projeto políEleiçõestico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano do julgamento do mensalão, que tentou evitar que coincidisse com o pleito municipal. Foi Lula quem impôs a candidatura de Haddad ao PT na capital paulista.

Serra também criticou a atuação de Haddad como ministro da Educação, afirmando que o petista foi o “pior ministro” do MEC, colocando em xeque sua capacidade gestora. Também houve menção ao kit gay – material didático anti-homofobia elaborado pelo MEC, mas vetado pela presidente Dilma Rousseff por pressão da bancada evangélica.

Para Haddad, o trunfo maior continuou sendo a renúncia de Serra em 2006, quando era prefeito de São Paulo, para concorrer ao governo do estado. Na campanha da TV, usou imagens do próprio Serra dizendo que não deixaria a prefeitura e também afirmando que não se candidataria ao pleito que agora disputa. A campanha também relacionou Serra a continuidade da gestão Kassab, mal avaliada pelo paulistano.

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Saúde – Um dos principais temas do segundo turno foi a saúde, considerada a maior preocupação dos paulistanos. As campanhas petista e tucana travaram uma guerra de informação e contrainformação sobre a contratação de organizações sociais (OS) para a gestão de hospitais públicos.

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Os tucanos entregaram em cinco bairros da periferia milhares de folhetos que acusam o PT de querer encerrar a parceria de entidades privadas com hospitais públicos. Em resposta, aliados e cabos eleitorais de Haddad passaram a visitar unidades de saúde para dizer a usuários e funcionários que a informação é falsa.

Na reta final, o Bilhete Único foi a bola da vez. Serra anunciou, na última semana antes da votação, uma proposta de ampliar os benefícios do bilhete, causando a reação de Haddad. O petista afirmou que se tratava de uma “cópia malfeita” do seu projeto de criar o Bilhete Único Mensal. Já Serra afirmou que o petista tem “inveja” de seu plano.

Vale lembrar que o tema é delicado, pois uma proposta mal elaborada de tarifa proporcional tirou da disputa Celso Russomanno, que liderou as pesquisas na maior parte do primeiro turno. O candidato derrotado decidiu não apoiar ninguém no segundo turno. Serra recebeu apoio de Soninha Francine (PPS) e Paulinho da Força (PDT), enquanto Haddad foi apoiado por Gabriel Chalita (PMDB).

Nas pesquisas do segundo turno, Haddad aparece na frente nas três consultas divulgadas pelo Instituto Datafolha. Na última delas, a diferença era de 15 pontos, com Haddad registrando 49% das intenções de votos e Serra, 34%. Mas, a despeito dos números, é o paulistano quem decide o próximo a ocupar a cadeira de prefeito no quinto andar do Edifício Matarazzo. Serra venceu o primeiro turno com uma pequena diferença de Haddad – o tucano obteve 30,75% dos votos válidos, contra 28,99% do petista -, o que cria a expectativa de uma disputa que será decidida voto a voto.

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