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Em nota, PT insiste na tese do golpe e no discurso do medo: ‘voltaremos’

Na manhã desta quinta-feira, Senado decidiu afastar a presidente Dilma Rousseff por 55 votos a favor e 22 contra

Por Da Redação
12 Maio 2016, 07h10

Após a confirmação do afastamento da presidente Dilma Rousseff no Senado, por 55 votos a favor e 22 contra, o presidente do PT, Rui Falcão, divulgou nota na manhã desta quinta-feira, em que insistiu na tese do “golpe contra a democracia”. “Mais uma vez em nossa história, as elites pisoteiam o voto popular, abrindo caminho para a imposição de um governo ilegítimo”, disse o texto.

O documento também voltou a fazer o discurso do medo, dizendo que o novo governo, assumido pelo vice Michel Temer (PMDB), pleneja “arrochar salários; reverter a política de reajustes do salário-mínimo; mexer com os direitos dos aposentados; anular vinculações constitucionais da saúde e da educação”. O texto ainda diz que os petistas não descansarão até que Dilma retorne ao governo, o que a votação desta quinta mostrou que está longe de acontecer.

O agora ex-ministro da Comunicação Social Edinho Silva também divulgou uma nota nesta quinta, em que classificou o afastamento de Dilma como uma “injustiça” e a definiu como uma “mulher honesta e honrada”. Edinho também disse que é necessário vencer “a doença da intolerância, o autoritarismo e o ódio” e que é preciso que os brasileiros façam um pacto para “defender os avanços históricos”, numa alusão ao mesmo discurso propagado pelo PT desde as eleições de 2014 de que qualquer novo governo vai acabar com os programas sociais.

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Confira a íntegra do texto de Rui Falcão:

A admissão do processo de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff, aprovada pelo Senado Federal, é a continuidade do golpe contra a democracia e a Constituição.

Mais uma vez em nossa história, as elites pisoteiam o voto popular, abrindo caminho para a imposição de um governo ilegítimo.

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O país está sendo tomado de assalto pelos piores expoentes das oligarquias do poder, da mídia monopolizada e da plutocracia. Incapazes de vencer nas urnas, recorrem à farsa institucional para derrubar uma governante eleita pela maioria do povo brasileiro e que não cometeu qualquer crime.

O revés sofrido neste 12 de maio, perante as forças da infâmia, da traição e do golpismo, será respondido com redobrado ânimo de combate pela restauração constitucional e a absolvição da presidenta Dilma Rousseff, no julgamento de mérito que se realizará dentro de alguns meses.

O Partido dos Trabalhadores, ao lado dos demais integrantes da Frente Brasil Popular e da Frente Povo sem Medo, e em conjunto com todas as forças democráticas, continuará mobilizado nas ruas e instituições nacionais.

Estamos seguros de que os trabalhadores do campo e da cidade, os intelectuais progressistas, a juventude e as mulheres continuarão a cumprir seu papel de vanguarda na resistência pela legalidade.

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Saberemos levar a todos os cantos do país o protesto contra a usurpação e o golpe.

Nossa mobilização, plural e unitária, vai muito além do apoio ao governo liderado por nosso partido. Acima de tudo, defendemos a ordem democrática e repudiamos o programa dos golpistas, que planejam arrochar salarios; reverter a política de reajustes do salário-mínimo; mexer com os direitos dos aposentados; anular vinculações constitucionais da saúde e da educação – enfim um programa regressivo, antipopular e antinacional.

Não descansaremos um só minuto até que a presidenta de todos os brasileiros, sufragada em eleições livres e diretas, retorne ao comando do Estado, como é a vontade soberana e constitucional do povo brasileiro.

Não ao golpe. Fora Temer!

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Voltaremos!

Confira a íntegra da nota divulgada pelo ex-ministro Edinho Silva:

A admissão deste processo ilegal de impeachment da presidenta Dilma Rousseff pelo Senado, na manhã desta quinta-feira, é um inaceitável desrespeito à Constituição e à vontade do povo brasileiro. As regras do jogo democrático estão sendo desrespeitadas e o voto popular, ignorado. Lamentavelmente, o Brasil amanhece hoje um país cuja democracia está enfraquecida. Este desvirtuamento dos procedimentos pelas próprias instituições brasileiras tem um só nome: golpe irreparável contra a ordem democrática.

O afastamento da presidenta Dilma não significa, de maneira nenhuma, resignação. Continuaremos trabalhando para que essa imensa injustiça cometida seja revertida. Dilma acredita nas causas pelas quais lutou toda a vida e irá até o fim na busca por justiça e na defesa da democracia. Sem dúvida, neste percurso, terá ao seu lado uma verdadeira legião de militantes, apoiadores e simpatizantes engajados na causa democrática.

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Deixo, nesta quinta-feira, o cargo de ministro-chefe da Comunicação Social da Presidência da República. Estou convicto de que, nos 14 meses em que estive à frente deste ministério no governo Dilma, cumpri meu dever como homem público com dedicação e lisura, preceitos que têm orientado minha vida.

Integrei um governo comandado por uma mulher honesta e honrada, injustamente afastada do cargo para o qual foi eleita por 54 milhões de brasileiros. Contribuí, como o faço há três décadas, com um projeto de país do qual me orgulho muito. Um projeto, com Lula e Dilma, que tirou milhões de brasileiros da miséria e que promoveu crescimento com justiça social. Um projeto que colocou o Brasil “em pé” perante o mundo, inaugurou na nação o orgulho em ser brasileiro.

A democracia no Brasil deu um passo atrás. Agora, mais do que nunca, é preciso um pacto entre os brasileiros para defender os avanços históricos. Penso que podemos nos entender e progredir na defesa intransigente da justiça social e da verdadeira democracia. É urgente a construção de uma aliança nacional, na busca das reformas, iniciando-se pela reforma político-partidária, tornando o Brasil mais republicano, politicamente mais participativo e representativo. Temos que, definitivamente, superar as mazelas do nosso modelo de financiamento político-eleitoral e partidário.

Podemos vencer a doença da intolerância, o autoritarismo e o ódio. Podemos construir um Brasil forte, que cresça gerando empregos e justiça social. Podemos, respeitando as nossas diferenças, construir um Brasil verdadeiramente justo e democrático. É o que desejo para todos nós. A luta é longa.

(Da redação)

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