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Em meio à dor, família de Eduardo Campos mantém serenidade

Renata Campos e seus filhos, visivelmente abatidos, tentaram conter as lágrimas e dar forças à mãe do ex-governador, Ana Arraes, que estava inconsolável

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 17 ago 2014, 14h55

Neste domingo, na missa de corpo presente em homenagem ao candidato do PSB à presidência da República, Eduardo Campos, bandeiras do Náutico, time de coração do político morto na quarta-feira, se misturavam com flâmulas de Pernambuco. Caravanas vindas do interior do estado lotaram a Praça da República, no centro do Recife. Mas, em meio a uma multidão de pessoas, oito familiares encarnavam a dor da cerimônia. A viúva Renata Campos, apontada por políticos e familiares como a “fortaleza” da família, zelava pelo conforto de cada um dos cinco filhos. Ao lado, a viúva de Miguel Arraes, Magdalena, com semblante sereno, contrastava com o inconformismo e desolação da mãe de Campos, Ana Arraes, amparada por todos os netos.

Ainda incrédula em relação à morte precoce do filho, a ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) mal conseguia se aproximar do caixão de Eduardo. Renata, que desde a quarta-feira se recolheu na casa da família, na zona norte do Recife, tinha a fisionomia sofrida, mas não caiu em prantos. Consolava a sogra e o choroso ex-presidente Lula. Em meio à celebração, brincou por mais de uma vez com filho José, de 9 anos, que, em um evento acompanhado há dois anos pelo site de VEJA nas eleições municipais do Recife, queria panfletar em favor do candidato apoiado pelo pai e saber das pesquisas boca de urna que mediam o desempenho do PSB. Neste domingo, José afundava a cabeça no colo da mãe, sem lágrimas.

Pouco antes de uma hora da tarde, a Polícia Militar já contabilizava que 130.000 pessoas tinham passado pelo velório e missa campal de Eduardo Campos. Em uma hora e 40 minutos de celebração, aliados do candidato morto enxugavam lágrimas. Os deputados Beto Albuquerque (PSB-RS), Márcio França (PSB-SP) e o prefeito do Recife, Geraldo Julio, alçado ao cargo pelo apoio do padrinho político, se mostravam inconsoláveis. No espaço reservado à família, de onde os principais políticos mantinham uma distância respeitosa, a vice de Eduardo Campos, Marina Silva, acompanhava a missa de olhos fechados, como em prece. Não chorou, mas carregava o semblante desgastado. Evangélica, pouco participou das leituras e orações conduzidas pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido. Mas cantava a plenos pulmões os cânticos religiosos e a música Como Zaqueu – José entoava cotidianamente para o pai.

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No sermão do arcebispo, uma tentativa de conforto não apenas para os familiares de Eduardo Campos, mas também para os daqueles que o acompanhavam. “Este é o quinto dia triste de uma dolorosa tragédia que vitimou sete irmãos nossos. É como se estivéssemos diante do mesmo calvário que a própria Virgem Maria viveu”, discursou. Apertados em um canto, a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula, o ex-governador de São Paulo, José Serra, e o candidato tucano à presidência, Aécio Neves, assistiam à celebração calados. Poucas palavras foram trocadas entre Dilma e seu padrinho político. Ao final da missa, a presidente afagou a ministra Ana Arraes em palavras de consolo. Lula abraçava os familiares um a um e chorou nos braços de Renata Campos e de Rodrigo Molina, que escapou do acidente por ter levado a esposa de Eduardo e o filho caçula, Miguel, em um voo comercial do Rio de Janeiro para o Recife.

Alheio à movimentação à sua volta, o filho mais velho do casal Eduardo Campos e Renata, João, de 20 anos, acariciava o caixão do pai morto. Em momentos da missa, sacava um bilhete do bolso, o lia com saudosismo e guardava novamente. “É como se estivéssemos diante de outro calvário”, continuava dom Fernando Saburido na celebração. Ele recordava os 49 anos recém-completados do candidato e o vídeo feito pelos filhos para homenagear o pai. Antes do final da celebração, discretamente, os principais políticos deixaram o palco da missa campal. A família de Eduardo Campos permaneceu ao lado do corpo, em silêncio.

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