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Em grampo, deputado do PT pede ajuda a ‘Máfia do Asfalto’

PF interceptou ligações entre Vander Loubet (PT-MS) e o empreiteiro Olívio Scamatti, acusado de chefiar quadrilha que fraudou licitações em 78 prefeituras

Por Da Redação
25 abr 2013, 10h57

O deputado federal Vander Loubet (PT-MS) foi flagrado no grampo da Polícia Federal (PF) pedindo ajuda ao empreiteiro Olívio Scamatti, preso pela Operação Fratelli, acusado de chefiar uma organização criminosa que fraudou licitações em 78 municípios do interior de São Paulo com recursos de emendas parlamentares. “Vê se você resolve, eu tô no desespero”, disse o deputado no telefonema. A frequência e o conteúdo das conversas fazem com que a PF e a Procuradoria Geral da República (PGR) avaliem que, do parlamentares citados na investigação, o caso de Loubet é o mais grave.

O contato entre o deputado e Scamatti foi interceptado no dia 12 de março, às 12h51. “(o governador) Chega hoje à noite e tá querendo conversar amanhã de manhã com nós (sic), se você puder vir. E, mais do que isso, o nosso amigo lá do Rio vai vir aqui também, vai almoçar comigo e se você estiver aqui pra tentar matar aquele negócio, que eu estou precisando resolver com ele, aquilo, sabe, o diretor lá. Eu queria dar uma prensa naquele negócio lá, sabe?”

Para os investigadores, o apelo de Loubet mostra o poderio de seu interlocutor. Embora use linguagem cifrada e evite nomes, o petista diz na ligação ao controlador do Grupo Demop – principal beneficiário do esquema de corrupção que se espalhou pela região noroeste do estado – que vai se encontrar com “o governador daquele estado”.

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Ao fazer o apelo “desesperado” a Scamatti, o petista diz: “Eu sei a situação, eu não sou de ligar, mas eu estou desesperado, rapaz, sabe o negócio lá… já venho empurrando, empurrando”. O empreiteiro responde secamente: “Pode deixar”.

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Em ligação de 19 de fevereiro, às 12h17, o deputado e Scamatti falam sobre “liberação do transporte de asfalto”. O petista diz que “vai estar amanhã com o cara” e pergunta ao dono da Demop se “tem alguma coisa que ele (Scamatti) queira que veja com ele”. Cauteloso, Loubet não cita nomes. O empreiteiro responde que “precisa ver aquele negócio do processo lá que não anda, está travado com o pessoal dele”. O petista diz “para deixar, que vai dar uma chorada para ele amanhã”.

Loubet é um dos deputados federais do PT e do PSDB citados na investigação que desarticulou a “Máfia do Asfalto”, instalada em gestões municipais. São mencionados também Cândido Vaccarezza, Arlindo Chinaglia e José Mentor, todos do PT de São Paulo, e Edson Aparecido (PSDB), atualmente secretário-chefe da Casa Civil do governo do estado de São Paulo. A PGR avalia se os parlamentares deverão ser investigados ou não.

Outro lado – Por meio de sua assessoria de imprensa, o deputado Loubet disse que “é complicado se manifestar sem ter acesso à integra dos autos da investigação”. Ele admitiu conhecer o empreiteiro, mas afirmou que “não tem nenhum tipo de relação política ou comercial com ele”. Vander Loubet lembrou que Scamatti é de São Paulo e ele, do Mato Grosso do Sul. “Não recebi doação do grupo empresarial Scamatti”, afirmou.

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(Com Estadão Conteúdo)

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