Teori defende “remédios amargos” para resolver problemas no país
No mesmo evento, o também ministro do STF Gilmar Mendes afirmou que não é possível que qualquer governo interfira no andamento da Operação Lava Jato
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, afirmou nesta quinta-feira, durante cerimônia de sanção de lei no Palácio do Planalto, que o país passa por “grande dificuldade” e que é necessária a adoção de “remédios amargos”. “O país está enfermo, às voltas com graves crises na área de natureza econômica, política e ética”, afirmou. “Sem dúvida é preciso que as enfermidades sejam tratadas, como estão sendo, e que tenhamos a coragem de ministrar os remédios amargos quando necessário”, afirmou o relator da Lava Jato no Supremo.
Também estavam presentes no evento o presidente interino Michel Temer (PMDB) e o ministro do STF Gilmar Mendes. Mendes também afirmou que “não é possível” que qualquer governo interfira no andamento da Operação Lava Jato. “Isso é uma lenda urbana de que poderia haver interferência de governo ou que essas investigações dependeram da boa vontade ou não de governo”, disse o ministro, após participar de evento no Palácio do Planalto.
O relator da Lava Jato disse os remédios amargos devem ser usados para “acertar as contas com o passado”, mas ressaltou que é “indispensável que tenhamos um olhar para o futuro”
Ao comentar a fala de Teori, Mendes disse que os remédios “que existem já são suficientemente amargos”.”Certamente vamos ter daqui a pouco condenações e tudo isso é uma fase muito difícil da vida do país, mas a mensagem importante que o ministro Teori passou é que temos que olhar para frente”, afirmou.
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Questionado se acreditava que a Lava Jato poderia estar perto de seu fim, Mendes respondeu que não. “Não dá para fixar prazos, decisões judiciais demoram.”
Gilmar evitou comentar as declarações do ministro da Justiça, Alexandre Moraes, de que o governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, nunca apoiou institucionalmente a Operação Lava Jato e o combate à corrupção e de que o governo de Michel Temer dá apoio às investigações. O ministro também não quis comentar as acusações de petistas de que o encontro entre Moraes e o juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, pudesse interferir nas investigações.
“Não vou emitir juízo sobre isso [encontro com Moro e Moraes]. O ministro da Justiça tem funções de coordenação das atividades e logística das atividades da PF e precisa estar informado inclusive de necessidade de condições de trabalho”, afirmou.
(Com Estadão Conteúdo)