Vigia dá novos detalhes sobre o caso Mércia Nakashima
Acusado participação no crime, Evandro Bezerra da Silva nega envolvimento e conta que buscou Mizael perto da represa onde corpo da vítima foi encontrado
Preso no último sábado em Alagoas, o vigia Evandro Bezerra da Silva, um dos acusados de matar a advogada Mércia Nakashima, em maio de 2010, prestou depoimento para a polícia de São Paulo na segunda-feira e negou a sua participação no assassinato. Para a polícia, Evandro foi cúmplice do policial aposentado Mizael Bispo dos Santos, ex-namorado de Mércia, na morte da advogada.
Carona – Em um vídeo do testemunho, veículado na noite de quarta-feira pelo Jornal da Globo, o réu dá novos detalhes sobre o crime. Evandro relata que na noite do assassinato recebeu uma ligação de Mizael pedindo para que ele fosse buscá-lo de carro em um local próximo à represa onde a vítima foi encontrada, em Nazaré Paulista. “Eu não sabia o que estava acontecendo”, afirmou o vigia. “Ele me ligou, disse que estava em uma festa, que não estava com o carro e que os amigos tinham ido embora e deixado ele lá”.
Evandro contou ainda que Mizael estava armado naquela noite. “Era um 38 e uma pistola. Ele estava com as duas armas dele”, relatou. No depoimento, o vigia afirma que, depois de ser preso e libertado, ouviu uma conversa entra Mizael e o irmão sobre o local onde foi encontrado o carro de Mércia. “Eu vi eles conversando que não era para deixar o carro naquele lugar, que aquele lugar era raso e a água ia baixar. Depois, deu no que deu”, descreveu ele.
O crime – Mércia desapareceu depois de sair da casa dos avós, em Guarulhos, em 23 de maio de 2010. Em 10 de junho, após receber informações de um pescador, a polícia localizou o carro da advogada submerso numa represa de Nazaré Paulista, no interior do Estado. O corpo, em estado avançado de decomposição, foi encontrado um dia depois. O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou que afogamento como a causa da morte.
Segundo o Jornal da Globo, o depoimento do acusado foi gravado pela polícia e pelo Ministério Público (MP) por precaução, já que na primeira vez que o vigia foi preso, há dois anos atrás, ele voltou atrás em seu primeiro testemunho — quando confessou a participação no crime — afirmando que havia sido torturado pelos policiais.