Esquartejadora de motorista diz que foi ameaçada de morte
Segundo depoimento, assassina afirma ter sofrido sucessivos abusos sexuais
O delegado da Polícia Civil Antonio Carlos de Araújo afirmou nesta segunda-feira que Marlene Gomes, de 56 anos, responsável pela morte e pelo esquartejamento do motorista Alvaro Pedroso, de 55, relatou em depoimento ter sido abusada sexualmente por ele sucessivamente. “Ela contou que se lembrava dos abusos enquanto o esquartejava”, disse o delegado.
No depoimento, Marlene, que segundo a polícia é prostituta, confessou ter planejado e executado o crime porque o motorista não aceitava a negativa dela em continuar mantendo relações sexuais. Ela afirmou que Pedroso ameaçou matar sua filha.
Marlene planejou o crime em parceria com outras duas prostitutas: Francisca Aurilene, de 34 anos, e Marcia Maria de Oliveira, de 32 anos. Na noite de 22 de março, ela atraiu o cliente, que pagava 70 reais por encontro, a um hotel na rua dos Andradas, no centro da capital paulista. Marlene embebedou o motorista e Marcia desferiu o primeiro golpe na cabeça da vítima. A machadinha usada pertence ao marido de Marcia. Marlene esquartejou o corpo com facas de uso doméstico e arrancou as falanges dos dedos, segundo ela para dificultar o reconhecimento da vítima.
Pedroso foi esquartejado e teve os pedaços do corpo espalhados pelo centro da cidade. A prostituta foi identificada e presa na sexta-feira junto com as amigas. O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) trabalhou meses no caso e teve o apoio do laboratório de arte forense, que reconstitui o rosto da vítima a partir de ressonância magnética de um crânio encontrado em estado de putrefação. As feições coincidiram com a queixa de desaparecimento do motorista prestada por sua família poucos dias após o crime.
As três mulheres foram flagradas por câmeras de segurança carregando sacos de lixo e espalhando os pedaços de corpo pelo centro da cidade. O conteúdo das imagens ajudou a investigadores do DHPP a qualificar as outras duas prostitutas envolvidas no crime. A polícia identificou Marlene por meio de contatos telefônicos do celular de Pedroso.
Segundo Elisabete Sato, diretora do DHPP, o caso mobilizou toda a equipe do departamento. “Poucos acreditavam que a partir de pedaços de corpo iriamos conseguir concluir o caso.”