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‘É suicídio’, diz adversário de Picciani sobre exoneração do ministro da Saúde

Hugo Motta afirma que Marcelo Castro perderá a pasta se deixar o cargo, ainda que por um dia, em meio à epidemia de zika vírus. Na reta final da campanha, peemedebistas prometem cargos e discutem estratégias

Por Da Redação 15 fev 2016, 17h26

A disputa pela liderança do PMDB atravessou a fronteira da Câmara dos Deputados e colocou no centro da batalha o Ministério da Saúde, já abalado pelo descontrole nas políticas de combate ao zika vírus. Conforme aliados, o ministro Marcelo Castro está disposto a abandonar o posto nesta quarta-feira para reassumir por um dia a cadeira de deputado e votar pela eleição de Leonardo Picciani (PMDB-RJ), atual líder da bancada. A iniciativa encontra dura resistência de partidos de oposição, que prometem centrar fogo contra Castro, e de adversários de Picciani, que ameaçam pressionar pela derrubada do atrapalhado peemedebista caso ele deixe a pasta interinamente. A exoneração de Castro por um dia já é dada como certa no Congresso.

Opositor de Picciani, o candidato Hugo Motta (PB) dispara: “O Brasil vive uma das maiores epidemias da história recente e o ministro da Saúde vai deixar o cargo? Isso é no mínimo irresponsável”. Para ele, a saída do posto seria um “suicídio”. “Ele que vai ser sacrificado. Nessa disputa, o Eduardo Cunha não perde a presidência da Câmara e eu continuo como deputado. Mas ele perde o ministério. Seria um atestado de submissão”, continuou.

Além do impacto sobre a opinião pública, o “abandono” de Marcelo Castro poderia desgastá-lo no cargo porque hoje a pasta está sob o controle do PMDB da Câmara. Uma eventual eleição de Hugo Motta, portanto, viria acompanhada da real chance de deposição do ministro caso ele interfira na eleição. Além disso, seria um argumento a mais para o governo afastá-lo da Saúde depois de uma sequência de escorregadas e declarações infelizes, como a confissão de o governo e o país estão “perdendo a batalha” para o Aedes aegypti.

Em busca de minimizar as críticas, parlamentares próximos a Leonardo Picciani afirmam que a exoneração de 24 horas de Marcelo Castro não traria impactos reais no combate ao Aedes aegypti e sustentam que, para o governo, acuado por um processo de impeachment, é válido o desgaste para, em troca, deixar a “política organizada” na Câmara dos Deputados. O candidato fluminense tornou-se um dos principais aliados do Planalto na operação para enterrar a ação contra Dilma Rousseff. Apoiadores dele ponderam que Marcelo Castro estaria autorizado pelo Planalto a deixar o cargo por um dia e garantem que não há risco contra ele.

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Cálculos – Embora estejam em dura campanha por votos, contando com, além de ministros, deputados licenciados e as possíveis traições no voto secreto para alcançar a vitória, Picciani e Hugo Motta declaram otimismo e alardeiam, cada um, ter em torno de 40 votos garantidos – número irreal, já que a bancada atualmente é formada por 67 parlamentares, sem contar os que vão assumir de forma temporária.

Os dois também se aproximam na disputa quando o assunto é promessas de cargos: ambos já têm uma lista de possíveis nomes a assumir as principais comissões da Casa, além da ainda desocupada Secretaria de Aviação Civil.

Nesta segunda-feira, Picciani recebeu o reforço de mais um nome: Pedro Paulo Carvalho, secretário municipal do Rio de Janeiro, pediu exoneração temporária para voltar à Câmara e votar pelo seu correligionário. Na sexta, Marco Antônio Cabral, secretário de Esporte e Lazer do Rio, já havia se afastado do cargo pelo mesmo motivo. Sem contar com apoiadores externos, Hugo Motta tem apostado no corpo a corpo e no voto secreto para ser eleito. Na reta final da campanha, ele e Picciani viajaram para Brasília nesta tarde para articular as últimas estratégias da disputa.

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