Dono da UTC envolve filho de Renan Calheiros em esquema de corrupção

Ricardo Pessoa afirmou em acordo de delação premiada que o dinheiro doado para a campanha do governador de Alagoas era propina paga ao PMDB

Por Da Redação
16 Maio 2015, 12h27

Presidente da construtora UTC, empresário Ricardo Pessoa chega a Superintendência da Polícia Federal no bairro da Lapa, Zona Oeste de São Paulo - 14/11/2014 (Marcos Bezerra/Futura Press/VEJA)

O empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, implicou o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), no esquema de corrupção montado na Petrobras, informou neste sábado o jornal Folha de S. Paulo. Filho do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o político teria recebido propinas no valor de 1 milhão de reais para sua campanha de reeleição. Pessoa, que firmou acordo de delação premiada na quarta-feira, disse aos procuradores da Operação Lava Jato que o montante foi pago ao diretório estadual do PMDB em duas parcelas, em agosto e setembro do ano passado. Por meio de sua assessoria de imprensa, o governador afirmou que todas as doações feitas à sua campanha estão de acordo com a legislação brasileira.

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Também de acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Pessoa admitiu ter destinado recursos de propina para as três últimas campanhas eleitorais do PT à Presidência. Em 2006, por meio de caixa dois. Em 2010 e 2014, em doações registradas na Justiça Eleitoral. Ele também pagou 3,1 milhões de reais a José Dirceu para obter favores do PT, além de ter financiado com caixa dois a campanha de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo em 2012.

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O empresário disse aos investigadores da Operação Lava Jato que o senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, pediu recursos para a campanha da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB). Apontado como chefe do chamado “clube do bilhão”, que reunia as principais empreiteiras do país, Pessoa foi amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A colaboração dele deixa o escândalo do petrolão ainda mais perto do Palácio do Planalto.

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Reportagem de VEJA também mostrou que Pessoa está disposto a contar como ajudou a financiar as campanhas de Jaques Wagner e Rui Costa para o governo da Bahia – o primeiro, em 2006 e 2010. O segundo, em 2014.

VEJA revelou ainda uma anotação de Pessoa, apreendida pela Polícia Federal, segundo a qual ele menciona o tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, o atual ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva. “Todas as empreiteiras acusadas no esquema criminoso da Operação Lava Jato doaram para a campanha de Dilma. Será que falarão sobre vinculação campanha x obras da Petrobras?”, diz o texto apreendido.

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(Da redação)