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Disputa acirrada marca campanha agressiva no CE

'Vale tudo' eleitoral domina campanhas de Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (PMDB). Segurança no 2º turno será reforçada por tropas federais

Por Luís Lima 26 out 2014, 07h06

Camilo Santana (PT) se beneficiou das máquinas eleitorais montadas pelo governo estadual, que fez uso de todas as possibilidades, sem limites éticos”, Eunício Oliveira (PMDB)

Na reta final do segundo turno, os candidatos ao governo do Ceará, Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (PMDB), têm gastado todas as munições possíveis para tentar conquistar a preferência de quem vota no terceiro maior colégio eleitoral do Nordeste – 6 milhões de votos. E os ataques não se limitaram à troca de farpas em debates e entrevistas. Após um primeiro turno apertado, no qual Camilo Santana obteve 47,81% dos votos contra 46,41% de Eunício, a reta final ficou marcada por apreensões de materiais difamatórios, como faixas, jornais e DVDs e batidas policiais. Diante do clima tenso, o Ministério da Defesa autorizou o envio de 2.500 militares do Exército, que devem atuar em Fortaleza e nos municípios do interior.

O envio das tropas foi autorizado após o governador Cid Gomes (Pros) ter acusado a atuação de supostas milícias policiais facilitando crimes eleitorais em favor do candidato peemedebista no primeiro turno. Eunício, por sua vez, acusa Camilo Santana, que conta com o apoio dos irmãos Cid e Ciro Gomes, de usar a máquina pública para ampliar sua vantagem na disputa. “Camilo Santana se beneficiou das máquinas eleitorais montadas pelo governo estadual, que fez uso de todas as possibilidades, sem limites éticos.”, afirmou ao site de VEJA. “Coagiu funcionários públicos efetivos e terceirizados, a diretores de escolas públicas, além de prefeituras no interior”, acrescentou. Ambos os candidatos negam irregularidades.

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Há oito anos à frente do governo do Ceará, Cid Gomes não tem poupado esforços para impulsionar a candidatura de Camilo Santana e participou, inclusive, de “adesivaços” em cidades estratégicas. Em debate promovido pelo jornal O Povo, na semana passada, Eunício Oliveira reforçou que é um candidato independente e experiente e atacou seu rival afirmando que ele foi escolhido por ser “um homem dócil” e que “não terá dificuldades em obedecer ordens de seu chefe”. O candidato petista rebate: “Minha candidatura se deu em razão do meu trabalho e da minha trajetória como secretário do Desenvolvimento Agrário e secretário das Cidades e deputado estadual mais votado do Ceará em 2010”.

Se no âmbito estadual a campanha está rachada, nacionalmente, os dois candidatos tentam associar sua imagem à da presidente Dilma Rousseff (PT), que obteve, no primeiro turno 70% da preferência dos eleitores cearenses. Em seu site e material de campanha, além da chancela visual dos irmãos Ciro e Cid Gomes, a foto de Camilo Santana aparece constantemente “colada” à de Dilma e do ex-presidente Lula. Em seus discursos, ele faz questão de destacar que é o candidato da “continuidade de um projeto que transformou o Estado” e cita obras voltadas à convivência com a seca, como a construção do Cinturão das Águas, inaugurado pela presidente. Já Eunício, cujo partido é aliado preferencial de Dilma, afirma que que a presidente adotou uma posição correta ao se manter “neutra” e questiona a relação de seu oponente com lideranças petistas. “O PT cearense se dividiu, pois Camilo Santana é candidato da família Gomes e não da maioria do partido. Se Camilo esteve duas vezes com a presidente Dilma foi muito. Uma delas inclusive, apenas para fazer uma foto, pois nem isso tinha para usar na campanha”, rebate o candidato, que foi ministro das Comunicações do primeiro governo Lula.

As prioridades anunciadas pelos dois candidatos são as áreas da educação, com projetos voltados à escola em tempo integral, saúde e segurança pública. Balanço da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) mostra que, em 2013, o Ceará terminou o ano com uma média de doze mortes violentas por dia – uma a cada duas horas. “Cid entregou o comando das polícias Militar e Civil ao irmão Ciro, que mostrou todo o seu desequilíbrio ao arrumar uma grande crise com a área de segurança”, criticou Eunício Oliveira. Ainda segundo ele, se Camilo ganhar, quem governará, na prática, será o próprio Ciro, pois “Cid já anunciou que vai se mudar para o exterior”. “Definitivamente, os cearenses não merecem”, provoca.

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Camilo Santana, que começou a campanha com menos de 20% da preferência do eleitorado, ultrapassou Eunício Oliveira, chegou a abrir larga vantagem, mas a diferença entre eles voltou a encolher na véspera da eleição, de acordo com pesquisa Datafolha.

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