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Dirceu fica em silêncio em depoimento à PF

Ex-ministro se recusou a dar esclarecimentos aos investigadores porque diz não ter conhecimento de todas as acusações que pesam contra ele

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 ago 2015, 16h27

Às vésperas de ser indiciado pela Polícia Federal, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu permaneceu em silêncio na tarde desta segunda-feira durante depoimento aos agentes. Ele se recusou a dar esclarecimentos aos investigadores porque diz não ter conhecimento de todas as acusações que pesam contra ele. Pela manhã, na CPI da Petrobras, Dirceu também rejeitou responder a perguntas de parlamentares sobre o escândalo do petrolão.

O ex-homem-forte do governo Lula foi preso no dia 3 de agosto por suspeitas de coordenar um esquema de arrecadação de propina por meio de contratos falsos entre empreiteiras e a JD Consultoria, empresa de Dirceu em sociedade com o irmão. Nesta terça-feira ele deve ser indiciado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

“Ainda não tivemos acesso a todo o material. Não tenho como permitir que o Zé fale antes de conhecer a acusação”, disse o advogado Roberto Podval. Nos próximos dias, o defensor deve se encontrar com o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), para ter acesso pelo menos à parte da delação do empreiteiro Ricardo Pessoa em que Dirceu é citado. Até agora, todos os pedidos de acesso à colaboração de Pessoa foram rejeitados. “A defesa se vê censurada porque eu não consigo trabalhar sem conhecer o que tem e não consigo conhecer o que tem porque me é negado”, completou.

Segundo o Ministério Público, José Dirceu foi uma das pessoas que instituíram o esquema criminoso do petrolão, que movimentou mais de 6 bilhões de reais a partir de fraudes em contratos da Petrobras e do pagamento de propina a agentes públicos. No despacho que autorizou a prisão preventiva do ex-ministro no início de agosto, o juiz Sergio Moro disse que há indícios de que o petista praticava crimes de forma “profissional” e “habitual”. Uma das evidências, apontou o magistrado, é que Dirceu continuou a receber propina mesmo depois de já condenado pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção ativa no julgamento do mensalão.

De acordo com Moro, as provas recolhidas no âmbito da Lava Jato – e potencializadas com as revelações do lobista Milton Pascowitch de que os repasses a Dirceu eram propina – indicam que o ex-ministro “persistiu recebendo vantagem indevida durante toda a tramitação da ação penal, inclusive durante o julgamento em plenário”. A audácia do petista de embolsar dinheiro sujo enquanto tentava desqualificar o julgamento do mensalão pelo STF indica, segundo Moro, “acentuada conduta de desprezo não só à lei e à coisa pública, mas igualmente à Justiça criminal e a Suprema Corte”.

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