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Dique destruído em Cardoso Moreira não tem dono

Segundo a Defesa Civil, a empresa responsável pela manutenção fechou. Água pode prejudicar Três Vendas, onde outro dique foi destruído há uma semana

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 jan 2012, 17h45

“Ele (o dique) servia de proteção à antiga Usina Outeiro. Depois veio a Sapucaia, e as duas fecharam. Pelo que me informaram, o dique já rompeu uma vez, mas já faz tempo”, explica o secretário de Defesa Civil de Cardoso Moreira, Juarez Noé

O dique Valão da Onça se rompeu na tarde de domingo e ameaça uma localidade do distrito de Outeiro, em Cardoso Moreira, no Norte Fluminense. Na correria para retirar as 500 famílias, que compõem uma população de aproximadamente 1.500 pessoas, uma pergunta ficou no ar: quem cuida do dique? A resposta é: ninguém. Feito de barro e argila, o dique não tem dono. Sem ninguém para fazer a manutenção, a estrutura se rompeu por causa da cheia do rio Muriaé e abriu uma cratera de 12 metros.

Segundo o coordenador da Defesa Civil do Norte do estado, coronel Moacir Pires, o dique foi construído pela Usina Outeiro, para barrar a chegada da água no local de seu funcionamento. A empresa, que cuidava do dique, fechou suas portas. E o terreno foi arrendado para outra usina, a Sapucaia, também de cana de açúcar. A Sapucaia assumiu a responsabilidade de cuidar do dique, mas a história se repetiu, esta usina também fechou e, novamente, o dique ficou órfão. O próprio Pires precisou ser informado pela associação de moradores de Outeiro sobre o histórico do dique, abandonado pelas autoridades.

O secretário de Meio Ambiente e Defesa Civil de Cardoso Moreira, Juarez Noé, confirma os anos nos quais o dique ficou sem manutenção. “Ele servia de proteção à antiga Usina Outeiro. Depois veio a Sapucaia, e as duas fecharam. Pelo que me informaram, o dique já rompeu uma vez, mas já faz tempo”, explica Noé, com as poucas informações de que dispõe. Como consequência óbvia, o dique se rompeu na cheia do rio.

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A chuva de domingo que atingiu a cidade de Cardoso Moreira fez com que o rio Muriaé chegasse a 9,58 metros – o nível de transbordo é de 8 metros. O dique se rompeu por volta das 18h de domingo, segundo Pires. Como o dique fica a cerca de 1,5 km de Outeiro, a inundação do local era inevitável. O distrito está localizado na divisa com a cidade de Campos dos Goytacazes, mais especificamente a menos de três quilômetros de Três Vendas, bairro alagado na última quinta-feira. Na ocasião, a Defesa Civil estadual e municipal, o Corpo de Bombeiros e o Exército ajudaram na retirada de quatro mil moradores do bairro.

A inundação em Três Vendas ocorreu pelo mesmo motivo que acontece agora em Outeiro: rompimento de dique. Em Campos, o problema foi a cratera de 20 metros aberta na rodovia BR-356, que servia de dique e separava o rio Muriaé da população. Agora, Três Vendas está novamente sob ameaça. Por serem vizinhos, as águas do distrito de Cardoso Moreira podem chegar a Campos e piorar a situação dos moradores que não saíram de casa em Três Vendas. Apesar do trabalho da Defesa Civil em convencer as pessoas a deixar seus imóveis no bairro de Campos, muitas preferiram se mudar para o segundo andar junto com os seus pertences para evitar furtos.

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