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Dilma tenta reconquistar militância do PT: ‘Não mudamos de lado’

Na abertura do congresso do partido na Bahia, ela defendeu o ajuste fiscal mas não entusiasmou a plateia

Por Gabriel Castro, de Salvador
11 jun 2015, 23h42

A presidente Dilma Rousseff dedicou seu discurso na abertura do 5º Congresso do PT, nesta quinta-feira em Salvador, à tentativa de reconquistar a militância petista para a defesa de seu governo. Ciente da rejeição inédita do partido à política econômica, ela tentou convencer a plateia de que não traiu os princípios do partido. Não houve vaias, mas a recepção foi fria durante os mais de 50 minutos de discurso.

Dilma afirmou à militância que o ajuste fiscal é necessário para garantir a retomada do crescimento. “Nós não mudamos de lado. Nós não alteramos os compromissos que temos com o Brasil e que o PT defende desde que nós chegamos ao governo federal”, disse ela, que alterou sua programação para poder participar da abertura do Congresso e, assim, conter a insatisfação de seus correligionários com o governo.

A presidente lembrou que o mandato está no início e disse que o governo tem uma agenda para garantir “a retomada do crescimento” e o avanço do “processo de ascensão social”. “Nós somos um governo que tem a coragem de realizar ajustes e que faz esses ajustes para dar sustentabilidade, perenidade, continuidade e fazer avançar o projeto de desenvolvimento e mudanças que nós adotamos desde 2003”, afirmou.

Dilma pediu apoio da militância petista e cobrou que os membros do partido devem se preparar para defender o governo. “Municiem-se de informações, argumentos que desmintam a acusação de que o país está preso numa armadilha e numa paralisia”. Depois fez um novo apelo: “Nas horas difíceis, quando é preciso tomar medidas duras, é que sabemos com quem podemos contar”. A presidente ainda repetiu o discurso de que a corrupção se tornou mais aparente no governo do PT apenas porque o partido priorizou o combate aos desvios.

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Apesar do esforço de Dilma, a recepção foi fria desde o início. A jovem encarregada de comandar a cerimônia teve de pedir mais entusiasmo da plateia: “A gente está muito desanimado. A nossa presidente e o nosso presidente estão aqui!”.

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No começo do ato, Integrantes da juventude petista gritaram palavras de ordem “Plano Levy” e chegaram a interromper o discurso do governador da Bahia, Rui Costa. O ato provocou bate-boca entre correligionários. O grupo também ergueu uma faixa contra a política econômica durante o discurso de Dilma.

Lula Dilma e Mercadante, outra figura pouco popular no partido, foram chamados ao palco junto com Luiz Inácio Lula da Silva, de uma vez só. Era uma forma de evitar possíveis vaias. Acuado pela revelação de que o Instituto Lula recebeu 3 milhões de reais da construtora Camargo Corrêa, investigada na Operação Lava Jato pelo pagamento de propina, o ex-presidente fez algo raro em sua carreira: prendeu-se a um discurso escrito, com pouco espaço para improvisos e praticamente sem gracejos.

O pronunciamento passou ao largo de temas delicados para o partido como o ajuste fiscal e o petrolão. Lula disse que o PT está “Machucado sim, mas bem vivo”, e repetiu os ataques contra o inimigo de sempre – a imprensa – para construir um discurso escapista sobre os intermináveis escândalos de corrupção do PT, tratados como “a mais sórdida campanha de difamação que um partido já sofreu neste país”.

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Vaccari – No discurso que fez durante a cerimônia, o presidente do PT, Rui Falcão, fez críticas à política econômica do governo e incluiu, em cima da hora, uma defesa de João Vaccari Neto, tesoureiro afastado do PT e que está preso por seu envolvimento nos desvios da Petrobras. Falcão disse que ele está preso “sem provas”. Houve tímidos aplausos.

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