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Dilma segura ministro, mas não evita trocas na cúpula do Esporte

George Hilton vai mudar três dos quatro secretários do ministério - eles foram indicados pelo PRB, que tende a votar contra a presidente na comissão do impeachment

Por Da Redação 21 mar 2016, 19h00

Apesar de a presidente Dilma Rousseff ter convencido o ministro do Esporte, George Hilton, a ficar no cargo e a trocar o PRB – primeiro partido a debandar da base governista – pelo PROS, três dos quatro principais secretários do ministério estão à espera da demissão: o número dois da pasta, Marcos Jorge de Lima (Executivo), Rogério Hamam (Futebol e Direitos do Torcedor) e Carlos Geraldo Santana de Oliveira (Inclusão Social). Hilton ainda não definiu com a presidente os nomes dos substitutos, conforme assessores. Mas o único remanescente deve ser, mais uma vez, Ricardo Leyser (Alto Rendimento), homem-forte no ministério desde os tempos do PCdoB.

Os três secretários de saída foram indicados pelo PRB e, segundo o presidente nacional do partido, Marcos Pereira, aguardam apenas a confirmação dos substitutos para sair do governo. Pereira disse que pediu, no fim de semana, que Marcos Jorge, Rogério Hamam e Carlos Geraldo esperassem até esta segunda por uma decisão da presidente. “Não podemos abandonar o barco e ir para casa porque temos a responsabilidade de tocar o trabalho das Olimpíadas e do ministério. Mas é uma questão de dias, e espero que seja o quanto antes”, disse Pereira ao site de VEJA. “O partido colocou todos os cargos à disposição. O ministro saiu do partido e quer ficar [no ministério], mas não sei se vai permanecer. Se algum dos secretários ficar, a gente vai ter que verificar a situação deles no partido. Quero crer que todos vão acompanhar a decisão partidária.”

A troca dos secretários na cúpula do Ministério do Esporte é dada como certa tanto por assessores de Hilton quanto pela cúpula do PRB por causa da forma ruidosa com que o ministro deixou o partido. Ele anunciou pelas redes sociais a filiação ao PROS na sexta-feira à noite, minutos depois de Marcos Pereira publicar nota em que garantia que o ministro redigira uma “carta de demissão” a Dilma. Mas Hilton havia se reunido com a presidente antes e costurado o ingresso no PROS para permanecer no ministério. O entorno do ministro interpretou a nota do PRB como uma tentativa de pressão pública para que ele abandonasse o cargo. Pereira nega.

O presidente do PRB disse que jantou com o ministro na última segunda-feira em Brasília e depois o manteve informado, por telefone e mensagens de Whatsapp, sobre todos os passos até decidir por deixar a base de Dilma e adotar a postura de independência no Congresso Nacional. Segundo Marcos Pereira, o ministro foi consultado antes sobre a redação da nota de demissão e respondeu, “com voz abatida”, que “não estava confortável” em assinar a nota, mas não se opôs à iniciativa e concordou com o conteúdo. “Em todos os momentos eu conversei com ele. Fui transparente. Tenho as conversas registradas”, disse Pereira.

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Pereira afirmou que ele e a bancada do PRB foram, em seguida, surpreendidos pelo ministro. “Ele nem sequer teve a coragem de me ligar. Ele mandou e-mail dizendo que não tinha como ficar no partido, que queria ajudar a presidente porque ela foi muito correta com ele. E que se ele ficasse, iria constranger os colegas. Então para que o PRB exercesse legitimamente o direito de ser independente ele estava se desligando. É a aposta dele. Eu lamento.”

O presidente do PRB disse que chegou a oferecer a Hilton que, na condição de ex-ministro, se mantivesse na base governista quando regressasse à Câmara ou que assumisse a presidência da Comissão de Esporte. Hilton rejeitou. De volta ao Legislativo, ele se somaria à bancada de 21 deputados do PRB e poderia garantir mais cargos ao partido no rateio interno das comissões.

Na avaliação de Marcos Pereira, os dois integrantes do PRB na comissão especial do impeachment “tendem a votar contra Dilma”, embora a bancada ainda não tenha deliberado sobre como votar quando a decisão couber ao plenário. No ano passado, Dilma entregou o ministério com a maior vitrine de 2016 a Hilton, pastor da Igreja Universal e sem vínculos mais profundos com esportes, como contrapartida ao apoio eleitoral do PRB. Agora, a menos de cinco meses dos Jogos Olímpicos, ficou com o ministro no cargo – e sem o PRB na base.

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