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Dilma reaparece, defende ajuste e pede que ministério trave ‘batalha da comunicação’

Presidente fez malabarismos para negar as contradições entre as medidas do governo que se inicia e o discurso de candidata. Acuada, ela voltou a fingir que o escândalo que sangrou a Petrobras não tem relação com sua gestão

Por Gabriel Castro, de Brasília
27 jan 2015, 17h03

Depois de quase um mês de silêncio, a presidente Dilma Rousseff convocou seu numeroso time de ministros nesta terça-feira a “travar a batalha da comunicação” e classificou como “boatos” a sucessão de notícias ruins que marcam os 27 dias do seu novo governo, incluindo os desdobramentos do escândalo de corrupção na Petrobras e o pacote de ajustes fiscais que fará o bolso do brasileiro doer neste ano.

Dilma reapareceu hoje à frente da reunião com os 39 auxiliares que simbolizam o maior loteamento partidário já visto na Esplanada dos Ministérios. A fala inaugural da presidente durou 35 minutos e foi transmitida ao vivo pela televisão estatal NBR. Em seguida, a reunião na Granja do Torto, a casa de campo da Presidência da República, transcorreu a portas fechadas – inclusive sem a presença de assessores dos ministros.

No pronunciamento, a presidente deixou transparecer desconforto com o texto a ser lido e chegou a demonstrar irritação: foram duas broncas, por exemplo, pela lentidão do operador do seu teleprompter. Aos ministros, proferiu uma série de malabarismos retóricos para negar as contradições entre o governo que se inicia e o discurso da presidente-candidata. “Nós devemos enfrentar o desconhecimento, a desinformação sempre, permanentemente”, disse a presidente. E prosseguiu: “Não podemos permitir que a falsa versão se crie e se alastre. Reajam aos boatos, travem a batalha da comunicação, levem a posição do governo à opinião pública”.

“Vamos mostrar a cada cidadão que não alteramos um só milímetro o nosso compromisso com o projeto vencedor na eleição”, discursou.

Leia também: O desastroso recomeço de Dilma, a presidente consternada

Dilma atribuiu a situação econômica do país a fatores externos e citou a desaceleração de parceiros importantes, como China e Estados Unidos, num período recente. Ela também mencionou a queda no preço das commodities e a alta no valor do dólar. No cenário interno, Dilma mencionou a alta no preço dos alimentos e da energia, motivada pela crise hídrica no Brasil.

A presidente afirmou que vai lançar um plano de desburocratização para facilitar a atuação das empresas, ampliar as concessões de rodovias, portos, aeroportos – além de estender o modelo para as hidrovias – e dar início a um plano nacional de exportações. Agora, Dilma diz que o Brasil chegou a um “limite” e por isso se tornou necessário promover um “reequilíbrio fiscal”.

Mais uma vez o discurso realista e pragmático da presidente contrasta com o da candidata, que venceu as eleições negando problemas nas finanças do governo e acusando os adversários de planejarem tudo aquilo que ela mesmo faria no segundo mandato. Dilma, que havia garantido que não mexeria em benefícios sociais, não deu o braço ao torcer. Ela disse que as mudanças o seguro-desemprego, por exemplo, não são “medidas fiscais”: “Trata-se do aperfeiçoamento de medidas sociais para aumentar sua eficácia, eficiência e justiça”.

A presidente repetiu seu discurso tradicional sobre a corrupção na Petrobras: como se o problema não tivesse qualquer relação com seu governo, pediu que a empresa fosse defendida. “Temos que saber apurar, temos que saber punir, isso tudo sem enfraquecer a Petrobras nem diminuir a sua importância para o presente e para o futuro do país”, disse ela, que também prometeu ser “implacável” no combate a desvios de recursos públicos.

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