Dilma quer centros integrados de segurança nas 27 capitais
Presidente afirmou que vai enviar proposta ao Congresso aumentando a participação da União nessa área. Ela também minimizou ascensão de Marina
Em plena campanha eleitoral, a presidente-candidata Dilma Rousseff anunciou nesta quarta-feira que vai enviar ao Congresso uma proposta que cria centros integrados de comandos entre as forças de segurança pública nas 27 capitais. A elaboração do texto será concluída nas próximas semanas. Ela calcula que o prazo de implementação dos centros será de até um ano e meio. “É impossível que o Brasil continue tendo essa situação de fragmentação. A fragmentação é ruim porque você não usa o que é melhor de cada um”, disse.
Dilma afirmou que a União deve aumentar seu papel nas políticas de segurança pública, hoje centrada nos Estados. Por isso, o tema precisa ser apreciado pelo Congresso. O anúncio foi feito no Palácio da Alvorada, em entrevista coletiva organizada pelo comitê de campanha da petista. Dilma negou que o projeto tenha relação com o momento de fragilidade eleitoral, dado o crescimento de Marina Silva (PSB) nas pesquisas. Como a medida depende do aval dos parlamentares, que está esvaziado no período eleitoral, a ideia de Dilma só seria aplicável em um eventual novo mandato da petista.
Os doze centros de comando e controle integrados criados para a Copa do Mundo continuam funcionando. Por isso, a proposta do governo vai incluir a criação de outras quinze unidades. O objetivo, disse a presidente, é “integrar informações, cadastros, procedimentos e padronizar equipamentos”. A estrutura será bancada pelo governo federal.
A presidente afirmou que maior participação do governo federal na segurança pública, entretanto, não deve permitir o envio de tropas a uma unidade da federação sem um pedido formal do governador.
Pesquisa – Dilma também tentou passar a imagem de que sua campanha não será afetada pelo crescimento de Marina Silva (PSB) nas pesquisas de intenção de voto.”Para uma campanha eleitoral, você tem de ver a conjuntura em que você está. Nós estamos no início da eleição. Muita coisa vai rolar por debaixo dessa ponte, e a gente ainda não sabe para que lado a água vai”, disse.
Na noite desta quarta, a coordenação de campanha da petista vai se reunir em Brasília para fazer uma avaliação de rumos com a entrada de Marina Silva na campanha. De acordo com pesquisa Ibope divulgada ontem, Marina encostou em Dilma nas intenções de voto e venceria a petista em um eventual segundo turno. A presidente, entretanto, diz que não há o que corrigir: “A nossa estratégia continua a mesma: nós vamos apresentar tudo o que fizemos e as nossas propostas para o que deve ser feito”. A petista não cogita aumentar seus compromissos em contato direto com o eleitor: “Se eu for mais para a rua, gente, eu não volto para casa”.
Dilma também ironizou uma crítica feita pelo candidato tucano Aécio Neves, para quem o Bolsa Família é a única política da presidente para o Nordeste. “Eu já notei que o candidato não tem muito conhecimento do que é feito no Brasil no que se refere ao Nordeste. O Nordeste é objeto de todos os programas do governo federal.”
Graça Foster – A presidente também disse estar feliz com a maioria formada no Tribunal de Contas da União (TCU) contra o bloqueio dos bens da presidente da Petrobras, Graça Foster. “Eu acho que se fez justiça. Eu sempre declarei que a Graça Foster tinha sido objeto disso pelos seus méritos. Porque é uma pessoa íntegra, uma pessoa competente, capaz e extremamente dedicada”, disse.