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Dilma garantiu a Collor presidência e diretorias da BR Distribuidora, diz Cerveró

Após reunião com ex-presidente na Casa da Dinda, delator disse ter percebido que Collor controlava a subsidiária da Petrobras

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 jan 2016, 14h32

Delator da Operação Lava Jato, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou aos investigadores que o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) disse a ele por volta de setembro de 2013 que a presidente Dilma Rousseff (PT) lhe garantiu que a presidência e as diretorias da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, estavam “à disposição” do parlamentar. Aliado do desgastado governo petista, Collor já foi denunciado na Operação Lava Jato e é suspeito de ter embolsado milhões de reais em propina no esquema do petrolão.

Segundo a delação de Nestor Cerveró, o ex-ministro do governo Collor e operador financeiro do senador, Pedro Paulo Leoni Ramos, chamou o próprio ex-diretor da Petrobras a Brasília para uma reunião na notória Casa da Dinda e no encontro relatou a suposta garantia dada pela presidente Dilma. Ainda conforme o delator, Collor informou na ocasião que não “tinha interesse em mexer” na presidência da BR nem nas diretorias da subsidiária preenchidas por indicação do PT, como o então presidente José Andrade Lima Neto, o então diretor de Mercado Consumidor Andurte de Barros Duarte Filho e o próprio Cerveró. Neste momento, o delator disse ter sido irônico e agradecido a atitude de Collor.

O episódio, contudo, acabou provocando mal estar entre o ex-diretor da Petrobras e o senador alagoano. Conforme relato de Pedro Paulo Leoni Ramos, “Fernando Collor de Mello havia ficado chateado com a ironia do declarante, uma vez que pareceu que o declarante estava duvidando de que Fernando Collor de Mello havia falado com Dilma Rousseff”.

Na versão apresentada por Nestor Cerveró, ele percebeu, após o encontro na Casa da Dinda, que “Fernando Collor de Mello realmente tinha o controle de toda a BR Distribuidora” e que foi mantido na empresa “para que não atrapalhasse os negócios”. O esquema protagonizado por Fernando Collor e Leoni Ramos envolvia, segundo Cerveró, a “base de distribuição de combustíveis de Rondonópolis/MT e o armazém de produtos químicos de Macaé/RJ”.

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Em depoimento aos investigadores da Operação Lava Jato, Cerveró informou ainda que o PT nutria um “sentimento de gratidão” por ele por causa da intermediação que fez para a compra da sonda Vitoria 10.000 pelo grupo Schahin. A transação foi consolidada após o pagamento de propina a dirigentes da Petrobras e ao PT por meio de um empréstimo simulado pelo pecuarista e amigo do ex-presidente Lula, José Carlos Bumlai. “Em razão de o declarante ter viabilizado a contratação da Schahin como operadora da sonda Vitória 10.000, quando ainda era Diretoria Internacional da Petrobras, havia um sentimento de gratidão do Partido dos Trabalhadores”, relatou Cerveró. “Como reconhecimento da ajuda do declarante nessa situação, o Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva decidiu indicar o declarante para uma diretoria da BR Distribuidora”.

Ainda conforme o delator Nestor Cerveró, em 2009, Lula atribuiu ao ex-senador e ex-presidente da José Eduardo Dutra a missão de “participar do esvaziamento da CPI da Petrobras”, que havia sido criada para apurar irregularidades na estatal. “Para cumprir essa missão, José Eduardo Dutra deixou a presidência da BR Distribuidora”, abrindo caminho para a nomeação de José Lima de Andrade Neto, ex-secretário de Gás e Energia do peemedebista Edison Lobão no Ministério de Minas e Energia. Lima Neto acabou nomeado para o posto máximo na BR Distribuidora com o apoio político do PT, PMDB e PTB.

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