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Dilma defende Pimentel após apreensão de dinheiro com aliado do PT

Presidente-candidata disse que confia no governador eleito de Minas Gerais, de onde colaboradores de sua campanha decolaram com R$ 116 mil a bordo

Por Felipe Frazão 8 out 2014, 22h20

A presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) preferiu nesta quarta-feira à noite não comentar diretamente a apreensão pela Polícia Federal de 116.000 reais em dinheiro vivo em um avião bimotor em Brasília (DF), no qual decolaram de Belo Horizonte (MG) um ex-assessor do Ministério das Cidades, colaborador do governador eleito em Minas, Fernando Pimentel (PT), além do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, antigo operador de campanhas petistas. Ao chegar a João Pessoa (PB) para participar de um comício, Dilma disse ter confiança em Pimentel, de quem é amiga, e descartou a hipótese de afastá-lo da coordenação de sua campanha à reeleição em Minas.

“Era tudo o que vocês queriam. Por que eu o afastaria? Você já condenou? Eu confio sim no Pimentel. Acho que o Pimentel é uma pessoa interessantíssima”, disse a presidente. Fernando Pimentel derrotou no primeiro turno o candidato do PSDB ao governo mineiro, Pimenta da Veiga, e tirou os tucanos do comando do Estado após doze anos.

Dilma também afirmou que não aceitará que Pimentel seja “condenado sem provas”. Ela ainda insinuou que a pressão por providências é fruto de uso eleitoreiro do caso. “Eu não vou aceitar de maneira alguma que alguém chegue aqui para mim e condene uma pessoa sem provas. Eu não vou aceitar de ninguém, eu não faço isso com ninguém. Não vou concordar com essa forma de tentar fazer campanha eleitoral. Me desculpe.”

A PF interceptou a aeronave em que estavam os colaboradores petistas por causa de uma denúncia anônima de que ela estaria carregada de malas com dinheiro vivo. Um inquérito foi instaurado para apurar o caso. Além de Bené, que em 2010 atuou informalmente na primeira campanha de Dilma, estava no avião Marcier Trombiere Moreira, que deixou em julho deste ano o cargo de assessor especial do ministro das Cidades, Gilberto Occhi, para trabalhar na área de comunicação da campanha de Fernando Pimentel.

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Comício – Depois de conceder entrevista no Aeroporto de João Pessoa, Dilma seguiu para comício em uma casa de shows lotada na capital paraibana. Sem mencionar a apreensão feita pela PF, disse ter compromisso ético de combater a corrupção e acusou os tucanos de aparelharem a instituição no governo Fernando Henrique Cardoso.

“Eu sou uma das pessoas que falam que tem de combater a corrupção. Mas eu sei que além de garantir que a Polícia Federal seja autônoma, porque falam, ‘ah, mas está na lei’… Está na lei, mas no passado a Polícia Federal foi aparelhada, o diretor da Polícia Federal era filiado ao PSDB. No meu governo, diretor da PF não é filiado a partido nenhum, nem faz o jogo de partidos”, disse Dilma. “No governo do meu adversário, o Ministério Público era escolhido fora das lista que os procuradores apresentam para o presidente escolher. Eles não escolhiam da lista e criaram uma figura fantástica, chamada o engavetador geral da República, porque ele teve a pachorra de engavetar todas as investigações, não prosseguiu com nenhuma.”

Esse é o segundo caso nas eleições deste ano em que uma quantia acima de 100.000 reais em dinheiro vivo é apreendida durante viagens em que estavam assessores de governadores eleitos pelo PT. No mês passado, o motorista do senador petista Wellington Dias, governador eleito do Piauí, foi detido pela Polícia Rodoviária Federal em uma blitz enquanto viajava de Brasília ao interior do Estado. José Martinho Ferreira de Araujo, além de ocupar cargo de confiança no Senado é primo do governador petista. Ele carregava 180.000 reais em malotes com notas de 100 escondidos embaixo do banco traseiro do carro. A pedido do Ministério Público Eleitoral, a investigação foi assumida pela PF, por suspeita de compra de votos e lavagem de dinheiro.

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