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Desigualdade resiste ao aumento de renda no Rio

Estado consegue promover aumento na renda domiciliar per capita, mas pobreza extrema e criminalidade ainda são desafio para gestores públicos

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 fev 2012, 02h30

Entre 2005 e 2009, o percentual da população em situação de extrema pobreza – definida por renda per capita inferior a 67,07 reais por mês, com base em setembro de 2009 – permaneceu praticamente estável no Rio

Apesar de ter registrado aumento na renda domiciliar na última década, o estado do Rio de Janeiro avançou pouco na redução da desigualdade, segundo estudo divulgado nesta terça-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). O trabalho, que compreende os anos de 2001 a 2009, é parte da série Situação Social nos Estados, e compara cada unidade da federação com a região e com a média nacional em áreas de interessa das políticas sociais: demografia, previdência social, pobreza e desigualdade, saúde, seguridade, trabalho e renda, educação, saneamento e habitação, cultura e desenvolvimento agrário.

O objetivo do estudo, que usou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE (Pnad) e da Rede Interagencial de Informações para a Saúde do Ministério da Saúde (Ripsa/AS), é detectar mudanças no quadro socioeconômico principalmente a partir de dois eventos específicos: a promulgação da Constituição Federal de 1988 e o Plano Real, de 1994.

Em 2009, o estado ocupava a terceira posição no ranking de renda domiciliar per capita, atrás apenas do Distrito Federal e de Santa Catarina. Entre 2001 e 2009, o crescimento de renda do Rio, de 19,6%, foi acima do registrado no Sudeste, de 17,3%. A renda per capita familiar no estado passou, assim, de 698,40 reais para 835,16. Na média, o Brasil saiu de 511,50 reais para 631,70.

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O incremento de renda, no entanto, teve, no Rio, menor poder de redução da desigualdade. O índice Gini – usado para expressar em pontos percentuais o coeficiente de desigualdade – indicava que, em 2009, a desigualdade no estado do Rio era de 54,1%, maior que a média nacional (54,0%) e que a do Sudeste(50,7%).

O estado também avançou pouco na redução da pobreza extrema. Entre 2005 e 2009, o percentual da população em situação de extrema pobreza – definida por renda per capita inferior a 67,07 reais por mês, com base em setembro de 2009 – permaneceu praticamente estável no Rio. No Brasil, este percentual saiu de 10,5% da população, em 2001, e chegou a 5,2%, em 2009. No Sudeste, a pobreza extrema atingia 5,6% da população e foi reduzida a 2,3% no mesmo período. No Rio, onde o índice era bem mais baixo que a média nacional em 2001 (4,0%), a pobreza extrema está estacionada na casa dos 2% desde 2005. O percentual em 2009, de acordo com o estudo, era de 2,2.

“É mais fácil reduzir (a pobreza extrema) quando há taxas alargadas. Quando se chega ao segmento menor, não é simples atacar o núcleo duro da pobreza”, explicou o presidente do IPEA, Marcio Pochmann.

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Crime – De forma geral, a população do estado tem conseguido se beneficiar dos avanços econômicos do país e, em particular, da onda de investimentos no estado. Mas criminalidade e favelização ainda são fortes entraves para a melhoria da qualidade de vida de cariocas e fluminenses, como demonstra um estudo.

A taxa de homicídio de homens jovens – um indicador usado globalmente para medir a criminalidade – se mantém em níveis alarmantes no estado. Com base nos dados do Sistema Único de Saúde (SUS), o índice de homicídios de homens entre os 15 e os 29 anos era de 179,90 por 100 mil habitantes. Entre 2001 e 2009, o estado conseguiu reduzir apenas 9,1% este indicador. No Sudeste, a redução alcançada foi de 37%, com taxa de 88,80 por cada 100 mil habitantes em 2009. A taxa nacional era de 94,30, depois de uma queda de 7% no período. A queda mais expressiva na taxa de homicídios de homens jovens foi registrada no estado de São Paulo: 68,3% de redução.

Demografia – Mantidas as tendências de baixa natalidade e aumento na expectativa de vida, a população do estado do Rio deverá começar a decrescer em números absolutos a partir de 2025. Neste ano, pelas projeções do IPEA, o total de nascimentos deve ficar aquém do número de falecimentos. No Brasil, o cenário de redução absoluta da população é previsto para 2030. O estado do Rio atualmente tem a menor taxa de fecundidade do país (1,70). O indicador considera o número médio de nascidos vivos tidos por mulher ao fim do seu período reprodutivo. No Sudeste, a taxa é de 1,75 e, no país, é de 1,90.

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