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Deputados cobram renúncia de Cunha: ‘Chegou ao limite’

Presidente da Câmara tornou-se réu nesta quarta-feira acusado de envolvimento no petrolão. Líder da bancada tucana fala em 'constrangimento' ao Parlamento

Por Felipe Frazão e Marcela Mattos, de Brasília
2 mar 2016, 20h05

Após a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal decidir tornar réu o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o plenário da Casa foi tomado por manifestações de partidos da oposição – e alguns da base – pelo afastamento do peemedebista do cargo. Os líderes do PSDB, PPS e PSOL defenderam a renúncia de Cunha à presidência da Câmara.

“A partir de hoje temos um presidente da Câmara dos Deputados, e digo isso lamentando, que está sendo investigado pela própria Casa, pelo Conselho de Ética e, mais grave ainda, réu no Supremo Tribunal Federal. É um grave constrangimento que todos nós estamos vivendo”, disse o líder da bancada tucana, Antônio Imbassahy (BA). “Chegou ao limite. Não resta outra alternativa senão o afastamento de Eduardo Cunha, em benefício da democracia e da recuperação da nossa economia, dessa tragédia do desemprego. Falo não em nome do PSDB apenas. Afirmo e solicito de maneira clara que o presidente Eduardo Cunha renuncie. Será um gesto de grande importância para a nação e que poderá inclusive impulsionar aquilo que é o maior desejo dos brasileiros, o consequente afastamento da presidente Dilma Rousseff.”

“Esse momento exige uma firmeza por parte do Parlamento brasileiro. Não existe mais qualquer possibilidade de permanência do deputado Eduardo Cunha no exercício da presidência da Câmara dos Deputados. O recebimento da denúncia é uma demonstração clara de que a partir deste momento não pode haver um processado pelo STF que esteja na linha sucessória”, disse o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).

Os deputados voltaram a criticar manobras de Cunha e aliados para atrapalhar o funcionamento do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que só conseguiu acatar a representação contra Cunha na madrugada desta quarta, depois de quatro meses em tramitação no colegiado. Cunha é acusado de quebra de decoro por ter mentido, duas vezes, aos colegas na CPI da Petrobras – quando negou ser titular de contas não declaradas e rechaçou ter recebido em sua casa o operador de propinas do PMDB, Fernando Soares, o Baiano, também delator da Lava Jato.

O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), cobrou que o Conselho de Ética possa funcionar sem “chicanas” da tropa de choque de Cunha. Ele acusou o peemedebista de tentar se blindar e intimidar integrantes do colegiado, além de “virar as costas e não se defender olho no olho”. “Esse fato traz para todo nós a mesma suspeição, de não estarmos defendendo a sua renúncia, o imediato afastamento”, disse Bueno.

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“Estamos vivendo uma situação insustentável e até inacreditável. É hora de uma profunda reflexão, que envolva a todos porque nós ultrapassamos todos os limites toleráveis e inimagináveis. Temos hoje presidindo o Parlamento brasileiro alguém que tem como principal característica a amoralidade”, disse Henrique Fontana (PT-RS). “Estamos nessa tribuna para, em nome da bancada do PT e do líder Afonso Florence, pedir o imediato afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Casa.”

Integrante da bancada da bala e da base de Dilma, o deputado Laerte Bessa (PR-DF) saiu em defesa de Cunha e acusou os parlamentares de precipitação. “Acho que alguns colegas estão extrapolando. Estão pré-julgando o senhor. Está cheio de juiz aqui. Quero dizer que vossa excelência não está condenado e tem direito à ampla defesa”, afirmou.

Vice-líder do governo Dilma, o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) afirmou que os parlamentares não possuem instrumentos para afastar Cunha e pediu que os opositores não fizessem críticas a Cunha. “Não dá para agora dividirmos essa casa entre os bons e os ruins. Estou à vontade porque faço oposição, não votei e sou crítico a vossa excelência [Cunha]. Não dá para jogar para a opinião pública. Vossa excelência está sendo julgado e se virar réu, é importante que o povo brasileiro saiba que nós não temos instrumentos, nem constitucionais nem regimentais, para tirar vossa excelência da Presidência, exceto se vossa excelência, por uma decisão unilateral, renunciar.”

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