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Deputado do PP recomendou empresa a Paulo Roberto Costa, revela e-mail

Mensagem interceptada pela PF revela que Simão Sessim (PP-RJ) indicou microempresa a diretor da Petrobras, acompanhado por líderes do partido

Por Rodrigo Rangel, Hugo Marques e Gabriel Castro
14 abr 2014, 19h37

(Atualizada dia 15 de abril, às 11h36)

As investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, apontam que Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, atuava como um facilitador para políticos interessados em grandes ou pequenos favores da estatal. A cada novo detalhe que vem à tona, as suspeitas dos investigadores se mostram mais acertadas. Um e-mail interceptado pela PF revela que, em abril do ano passado, o deputado federal Simão Sessim (PP-RJ) recomendou a Costa a contratação de uma empresa pertencente a um “grande amigo”.

Na correspondência, o parlamentar também menciona uma visita feita por ele ao escritório de Costa, acompanhado do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e do líder do partido na Câmara, deputado Eduardo da Fonte (PE). “Por ocasião da visita que lhe fiz em seu escritório acompanhado do deputado Dudu da Fonte e do senador Ciro Nogueira, cometi a ousadia de pedir sua valiosa ajuda para a empresa NIL Locações Ltda, que pertence a um grande amigo”, diz a mensagem do parlamentar, que prossegue: “Agora, estou enviando os dados, solicitando, se possível, encaminhamento para grandes empresas que estejam realizando obras e que possam aproveitar os seus serviços”.

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A NIL está registrada como microempresa e tem sede em uma acanhada sala no centro de Nilópolis (RJ), na Baixada Fluminense, onde fica a base eleitoral de Sessim. O e-mail foi enviado em 4 de abril de 2013, do endereço oficial do parlamentar. Três dias depois, Paulo Roberto Costa respondeu: “Vou fazer alguns contatos e mantenho você informado”.

Troca de correspondências entre o deputado Simão Sessin (PP) e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Troca de correspondências entre o deputado Simão Sessin (PP) e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. (VEJA)

O loteamento político promovido pelo governo, que não poupou a estatal, explica as portas abertas do diretor aos políticos do PP: Paulo Roberto Costa era considerado o homem da legenda na Petrobras.

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O e-mail não é a única ligação de Simão Sessim com a máfia que desvia dinheiro na Petrobras. O deputado demitiu o servidor Ivan Vernon, lotado na segunda secretaria, que aparece como beneficiário de um depósito de 25.000 reais da quadrilha do doleiro Alberto Youssef, preso pela PF. Sessim argumenta que Vernon sempre foi ligado ao deputado mensaleiro Pedro Corrêa, que cumpre pena em Pernambuco. O deputado também nega ter participado de uma reunião com Paulo Roberto Costa, o deputado Eduardo da Fonte e o senador Ciro Nogueira na qual teria pedido “ajuda” para a empresa NIL Locações. Mas, confrontado com o e-mail interceptado pela Polícia Federal, se calou.

Os gabinetes de Ciro Nogueira e Eduardo da Fonte não se manifestaram sobre o caso.

O deputado Simão Sessim confirma o encontro e diz que esteve com Paulo Roberto Costa para uma “visita de cortesia”. O parlamentar diz que, na época da reunião mencionada, Costa já havia deixado o cargo na Petrobras. Ele também admite ter recomendado a empresa NIL Locações: “Um parlamentar muitas vezes recebe pedidos de eleitores, gente amiga, e de aliados políticos, para agir em muitos campos, muitas vezes até por deficiência do Estado Brasileiro”, afirmou o parlamentar, por e-mail.

Prisão – Paulo Roberto Costa foi preso há três semanas na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Os policiais cumpriram seis mandados de busca e apreensão em casas e endereços de Costa no Rio de Janeiro. Segundo as investigações, ele ganhou um carro de presente do doleiro Alberto Youssef, pivô do esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de 10 bilhões de reais. Na casa do ex-diretor da Petrobras foram apreendidos 700.000 reais e 200.000 dólares em espécie.

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