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Deputada do PSOL é suspeita de cobrar parte do salário de funcionários

Janira Rocha havia registrado ameaça de extorsão contra dois de seus ex-colaboradores. Dupla tentou vender dossiê a rivais do PSOL com áudio em que a deputada admite a prática, chamada internamente de "cotização"

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 set 2013, 17h46

Presidente do diretório estadual do PSOL, a deputada estadual Janira Rocha está sendo acusada por dois ex-funcionários de seu gabinete de cobrar de volta parte do salário pago pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A prática, que os denunciantes chamam de “cotização”, ou seja, contribuição em cotas, seria destinada a custear gastos do partido e fazer caixa para campanha. As denúncias emergiram por meio de mecanismos igualmente obscuros: Cristiano Valladão e Marcos Paulo Alves, que trabalhavam para Janira, montaram um dossiê para chantagear a deputada. Os dois tentaram vender o documento e uma gravação de áudio, na qual ela admite a prática, por 1,5 milhão de reais. O material foi oferecido a uma adversária política da deputada, a atual secretária de Defesa do Consumidor do estado, Cidinha Campos, que chamou a polícia e conseguiu a prisão dos dois em flagrante.

O PSOL foi informado, há algumas semanas, pela própria Janira, sobre as ameaças feitas pelos dois ex-funcionários. Mas só agora, depois da prisão de Valladão e Alves, é que o partido, através da comissão de ética, resolveu investigar as denúncias e a deputada. Os dois ex-funcionários, que eram filiados ao PSOL, foram expulsos. As decisões foram tomadas em reunião na manhã desta terça-feira. À noite, haverá novo encontro entre as lideranças do partido. “Nenhum de nós teve acesso ao dossiê. Nós sabíamos que ela estava sendo ameaçada de extorsão e eu orientei que fosse ao Ministério Público. Tudo tem que ser investigado”, diz o deputado estadual Marcelo Freixo, do PSOL.

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Para Freixo, Janira disse que os ex-funcionários “doavam parte do salário” – e que a prática, portanto, não era uma imposição da deputada. As denúncias são um golpe para o partido, escolhido pelas manifestações de rua como o bastião da ética. “O episódio em si não é bom para ninguém. O mais importante é como você age diante do que acontece. Muitas vezes não dá para agir antes. O partido é feito de pessoas, como são as famílias, os locais de trabalho. Às vezes, há surpresas boas, às vezes, ruins. Essas coisas podem acontecer com qualquer um. O problema é como cada um reage, e o PSOL está reagindo rápido e com coerência”, afirma Freixo.

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Janira deixou, nesta terça, a presidência do PSOL-RJ e a liderança da bancada do partido na Assembleia Legislativa do Rio. A deputada demitiu os dois funcionários em junho. A partir de então, segundo ela, os dois começaram a mandar recados avisando que estavam montando um dossiê. No dia 15 de agosto, três pessoas ligadas a Cristiano e Marcos foram ao gabinete e mostraram os papéis com as irregularidades cometidas por Janira, que procurou o presidente da Alerj, Paulo Mello, para avisar que estava sendo vitima de extorsão. A deputada também prestou depoimento a uma procuradora do Ministério Público, no dia 29 de agosto.

Histórico – Janira é a mesma que foi gravada, no começo de 2012, conversando com o cabo Benevenuto Daciolo, na época no Corpo de Bombeiros, pedindo que ele convencesse militares baianos a não encerrar a greve da categoria para fortalecer a paralisação que chegaria ao Rio de Janeiro nos próximos dias. Na ocasião, Cidinha Campos, no cargo de deputada estadual, pediu à Comissão de Ética da Alerj que fosse aberta uma investigação por quebra de decoro parlamentar. Cidinha foi a primeira a conseguir o resultado de um laudo de um perito comprovando que a voz gravada era mesmo a de Janira.

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