Depoentes ignoram CPI, que encerra sessão
Nenhum dos quatro convocados a falar nesta terça-feira compareceu. Empresária não apresentou sequer justificativa para faltar
Em mais uma etapa do processo de esvaziamento da CPI do Cachoeira, a Comissão Parlamentar de Inquérito encerrou sua reunião desta terça-feira sem conseguir ouvir nenhuma das quatro testemunhas convocadas para depor. Desta vez, os depoentes não se recusaram a falar. Eles simplesmente não compareceram.
A empresária Ana Cardozo de Lorenzo, da Serpes Pesquisas de Opinião e Mercado, era a única testemunha cuja presença ainda era aguardada, já que os outros três depoentes apresentaram desculpas diversas para não ir à CPI. Ainda assim – e mesmo sem apresentar qualquer justificativa -, ela não apareceu na Comissão Parlamentar de Inquérito. Nesta segunda-feira, o advogado da empresária havia pedido que o depoimento fosse cancelado, mas a solicitação foi indeferida pelo comando da CPI.
A Serpes prestou serviço à campanha do governador Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, e foi paga por uma empresa de fachada de Carlinhos Cachoeira, a Alberto&Pantoja.
A ausência das outras três testemunhas já era esperada: Edivaldo Cardoso, ex-presidente do Detran de Goiás, arranjou uma providencial viagem para evitar ser notificado pela CPI – e pediu que sua empregada não assinasse qualquer documento da Comissão Parlamentar de Inquérito. Dessa forma, ele escapou da obrigação de comparecer à Câmara para explicar suas ligações com o grupo de Carlinhos Cachoeira.
Os técnicos da CPI tampouco localizaram a empresária Rosely Pantoja, sócia da Alberto&Pantoja, empresa usada pela quadrilha de Cachoeira para lavar dinheiro. O araponga Joaquim Gomes Thomé Neto adotou uma estratégia diferente: entregou um atestado médico alegando “oscilação de pressão e tonteiras sucessivas”.
A próxima reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito está marcada para quinta-feira. Na ocasião, os parlamentares devem votar novos requerimentos de convocação.