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“Deltaduto” financiou campanhas, apontam investigações

Duas empresas, que embolsaram R$ 210 000, doaram R$ 800 000 a candidatos. Entre eles, Marconi Perillo (PSDB) e Sandes Júnior (PP-GO)

Por Da Redação
19 abr 2012, 07h00

O rastreamento do dinheiro injetado pela Delta Construções em empresas de fachada, segundo a Polícia Federal, e ligadas ao esquema do contraventor Carlos Cachoeira revela que a empreiteira carioca montou um “deltoduto” para irrigar campanhas eleitorais. A CPI do Cachoeira, que será instalada nesta quinta no Congresso, vai investigar os negócios do contraventor e seus elos com a construtora e políticos.

Empresas que receberam recursos da Alberto e Pantoja Construções Ltda., cuja única fonte de renda identificada pela PF, era a Delta Construções, abasteceram cofres de campanhas em Goiás, área de influência da organização criminosa de Cachoeira. Segundo as investigações da Operação Monte Carlo da PF, a construtora de fachada (a Alberto e Pantoja) registrou operações atípicas durante o ano eleitoral, período em que movimentou 17,8 milhões de reais.

Duas empresas, que embolsaram 210 000 reais da Pantoja, doaram 800 000 reais a candidatos. Entre eles, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o deputado federal Sandes Júnior (PP-GO), ambos citados nas investigações da PF por supostas relações com a quadrilha.

Registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que, um mês depois das eleições, Perillo recebeu 450 000 reais da Rio Vermelho Distribuidora, de Anápolis (GO). A empresa também doou 30 000 reais para a candidata a deputada federal, Mirian Garcia Sampaio Pimenta (PSDB).

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A Rio Vermelho é citada em laudos da PF que mostram, a partir da quebra de sigilo bancário, transferências feitas pela Alberto e Pantoja em 2010 e 2011. O atacadista recebeu 60 000 reais da empresa, que tem como procurador Geovani Pereira, homem de confiança de Cachoeira. De acordo com a Rio Vermelho, a doação para Marconi foi legal e está registrada no TSE. Com relação ao repasse da Alberto e Pantoja, a empresa afirma que o valor é referente a venda de um carro para Cachoeira.

Perillo – A chefia de gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), confirmou em nota que sua campanha recebeu “doações oficiais e legais” em 2010, de 450 000 reais, da Rio Vermelho Ltda. A nota não esclarece, porém, o motivo da doação ter sido registrada apenas depois das eleições. O deputado federal Sandes Júnior (PP-GO) e o ex-senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) também confirmaram repasses de recursos da Midway, do empresário Wilton Colle, para suas campanhas.

Disseram, porém, não saber das ligações de Colle com o contraventor Carlinhos Cachoeira e a construtora Delta. Nas últimas eleições, a Midway repassou 300 000 reais para Sandes Jr. e 20 000 reais para Leomar Quintanilha. “Wilton é meu amigo”, justificou Sandes Júnior. “Nunca soube que ele poderia ter relações com Cachoeira”.

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Segundo o deputado federal, sua campanha custou 1,5 milhão de reais. À frente da Federação Tocantinense de Futebol, Leomar Quintanilha disse que soube de Cachoeira pelos jornais. “Lembro ter recebido 20 000 reais da Midway”, disse.

A ex-candidata a deputada federal Mirian Garcia Sampaio, hoje vereadora tucana em Anápolis (GO), não foi encontrada em seu gabinete. Ela teria recebido, para a campanha, 30 000 reais da Rio Vermelho Distribuidora.

(Com Agência Estado)

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