Delegado do Denarc investigado por corrupção é solto
Fábio Alcântara é investigado por ligação com o PCC; defesa alega que ele passa por 'desequilíbrio emocional' e 'tentou se ferir utilizando um cabide'
O Tribunal de Justiça de São Paulo revogou a ordem de prisão temporária do delegado Fábio do Amaral Alcântara, do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc). A decisão foi do desembargador Breno Guimarães, que acolheu pedido da defesa de Alcântara.
O delegado da Polícia Civil é investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Campinas (SP). A Justiça decretou a prisão dele e de mais doze policiais durante uma operação contra suspeitos de recebimento de propina para passar informações a traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e retardar investigações. Os traficantes pagavam aos agentes “anuidades” que chegavam a 300 mil reais e “mensalidades” de até 30 mil reais. Segundo relatório do Ministério Público, o esquema movimentou 2 milhões de reais.
Apesar da revogação da ordem de prisão, o desembargador impôs restrições ao delegado – acusado de crimes de corrupção, formação de quadrilha e extorsão mediante sequestro. Alcântara não poderá faltar às convocações da Justiça e do Ministério Público, “salvo em caso de comprovada força maior”.
A defesa de Alcântara, sob responsabilidade do criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, argumentou no pedido que o delegado está em “estado de grave desequilíbrio emocional e psíquico decorrente da sua prisão temporária, tendo passado por reação aguda ao stress, ocasião em que tentou se ferir utilizando um cabide”.
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(Com Estadão Conteúdo)