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Delegado carioca ataca mulheres policiais pelo Twitter

Titular da 9ª DP (Catete) afirma que, das 14 mulheres de sua equipe, apenas uma serve para o trabalho. Chefe de Polícia Civil do Rio é a delegada Martha Rocha, que milita pelos direitos das mulheres

Por Leslie Leitão 21 jan 2013, 17h05

Na vida real e na ficção as mulheres policiais exercem fascínio sobre o público. Se forem belas, como a personagem de Giovanna Antonelli em Salve Jorge, ou como as quatro delegadas do reality show Mulheres de Aço, do canal GNT, o mito ganha força. Atualmente o Rio tem na cadeira da Chefia de Polícia Civil a delegada Martha Rocha, que milita pelas mulheres, passou pelas delegacias de defesa da mulher e hoje comanda os 9.000 policiais civis do Rio – a maioria homens. Começam aqui os problemas do delegado Pedro Paulo Pontes Pinho, titular da 9ª DP (Catete).

Na tarde desta segunda-feira, Pinho, que se identifica no Twitter como “Polícia e Poesia – @Delegado_Pinho”, decidiu falar o que pensa sobre policiais mulheres. E perdeu a linha. “Tenho 14 mulheres no meu efetivo, mas apenas uma, uma apenas, reúne talento, coragem e disposição pra encarar a atividade policial”, disse. Em outro comentário, prosseguiu. “E essa uma, entre 14, jovem ainda, não tem nenhum homem que a supere. A mulher quando é boa no que faz ninguém supera, mas o contrário…”

Ou seja: Pinho, no mínimo, considera que mulheres não têm a mesma aptidão que os homens para o trabalho policial.

A página do delegado Pedro Paulo Pontes Pinho no Twitter: críticas às mulheres policiais
A página do delegado Pedro Paulo Pontes Pinho no Twitter: críticas às mulheres policiais (VEJA)

Ele foi além, criticando o funcionalismo público e a forma de selecionar os servidores. “O modelo de “concurso público” baseado na capacidade intelectual está longe de ser o ideal pra preenchermos as vagas no serviço público”, escreveu o delegado, como cidadão indignado. É certo que o serviço público no Brasil não é uma referência de qualidade, mas que outro critério, senão o de capacidade intelectual, poderia ser usado?

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Se a intenção era criticar as mulheres por seu desempenho na polícia, o momento não foi o mais adequado. Enquanto o delegado Pinho publicava suas opiniões sobre as mulheres policiais no Twitter, o governo do estado do Rio divulgou um comunicado informando que, dos 464 novos policiais formados pela academia da PM, as três melhores notas são de mulheres.

As críticas de Pinho no microblog parecem dirigidas especialmente a uma integrante da equipe da 9ª DP. Em outro post, na sequência de opiniões sobre mulheres, ele afirma: “Uma delas, inclusive, faltou ao serviço hoje e enviou um “atestado”, porém está por aí, na internet…” A policial em questão é a investigadora Ana Maria Abdo Roale, de 48 anos, dentista, há três anos na polícia. O estágio probatório de Ana Maria terminou ontem, e, segundo afirma a policial, esta foi a primeira falta.

Se a chefe de polícia tiver acesso ao Twitter, o delegado estará em maus lençóis. A apresentação de Pinho no Twitter diz o seguinte: “@Delegado_Pinho. Pedro Paulo Pontes Pinho, poeta por prazer, policial protetor, pensador… Polícia, poemas, paixões, perigos, piadas”. Ele deve começar a torcer para Martha Rocha enquadrar os comentários na última opção.

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