Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Delegado acusado de torturar suspeitos no PR é preso

Silvan Rodney Pereira foi detido em Laranjeiras do Sul por agentes da Polícia Rodoviária Federal

Por Jean-Philip Struck
19 jul 2013, 19h42

O delegado Silvan Rodney Pereira, que comandou as investigações da morte da adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, foi preso na tarde desta sexta-feira em Laranjeiras do Sul, a 370 quilômetros de Curitiba.

Ex-chefe da delegacia de Alto Maracanã, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça na quarta-feira, após a revelação de que quatro funcionários de um parque de diversões, que haviam sido presos por suspeita de matar e estuprar a adolescente, foram torturados em sua delegacia para que confessassem o crime.

De acordo com o promotor Leonir Batisti, coordenador do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), Silvan Pereira foi preso por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) quando trafegava pela BR-277. Segundo Batisti, o delegado era monitorado há dias pelo Gaeco.

Antes da prisão, o delegado havia partido de Foz do Iguaçu, passando por Cascavel, no oeste do Paraná, com a mulher e duas filhas, quando foi abordado pela PRF, a pedido do Gaeco. De acordo com Batisti, o delegado não pareceu surpreso com a abordagem e não resistiu à prisão.

No início da noite desta sexta, Pereira permanecia detido em Laranjeiras do Sul, aguardando ser transferido para Curitiba.

Pereira era o último acusado de tortura que ainda não havia sido preso. Outras treze pessoas, entre elas nove policiais civis, um policial militar, um guarda municipal e um auxiliar de carceragem já foram detidos por envolvimento com o caso.

Continua após a publicidade

Proteção – Na tarde de quinta-feira, os quatro funcionários foram incluídos no Programa Federal de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas (Provita). Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Paraná, eles foram levados para um local sigiloso, em outro estado.

Apesar de terem sido incluídos no programa de proteção, os quatro funcionários ainda não foram descartados como possíveis suspeitos pela morte da adolescente, diz Batisti. Segundo o promotor, a inclusão dos quatro homens no programa foi feita para garantir a segurança deles.

De acordo com o promotor Leonir Batisti, novos laudos realizados nos funcionários atestaram que eles sofreram tortura por meio de espancamentos e até violência sexual.

A adolescente Tayná Silva
A adolescente Tayná Silva (VEJA)

Crime – A adolescente Tayná desapareceu em Colombo em 25 de junho. Dois dias depois, a polícia prendeu os quatro funcionários do parque de diversões. No dia seguinte, o corpo de Tayná foi encontrado.

Continua após a publicidade

Inicialmente, a investigação da morte da adolescente foi tratada como um trabalho bem-sucedido da polícia: 48 horas após o sumiço dela, quatro suspeitos estavam presos e haviam confessado o crime.

Por essa versão, os quatro homens havia notado Tayná, que morava na região e costumava passar em frente ao terreno onde o parque estava montado. Em um determinado dia, eles a teriam sequestrado, estuprado e depois enterrado seu corpo. A divulgação do suposto envolvimento causou revolta na população local que, em represália, incendiou o parque.

Reviravolta – O caso mudou de rumo poucos dias depois das prisões, quando uma perita afirmou que não havia indícios de estupro no corpo da menina. No dia 9 de julho, foi divulgado que o DNA do sêmen encontrado nas roupas da jovem não bateu com as amostras coletadas dos suspeitos.

Na sequência, a seção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) denunciou que havia provas “inequívocas” de que os suspeitos tinham sido espancados, sufocados e eletrocutados para confessar o crime. O Ministério Público também argumentou que as confissões haviam sido obtidas sob tortura. Por fim, os quatro presos acabaram soltos.

As denúncias levaram ao afastamento dos delegados do caso e de toda a equipe de policiais da delegacia de Colombo, que sofreu a intervenção da Secretaria de Segurança Pública do Paraná. A Corregedoria da Polícia Civil também pediu a prisão preventiva dos policiais envolvidos no caso de suspeita de tortura. A Justiça concordou com o pedido nesta terça-feira.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.