Delcídio diz que Renan, Jader e Silas Rondeau receberam propina no petrolão
Em delação premiada, senador descreveu o aparelhamento em diretorias da Petrobras
Nos fortes depoimentos de delação premiada que prestou ao Ministério Público Federal, o senador e ex-líder do governo Delcídio do Amaral disse às autoridades que o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador peemedebista Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau receberam propina do esquema do petrolão. Nas mais duras revelações contra o governo e parlamentares aliados do Palácio do Planalto, Delcídio descreveu o aparelhamento em diretorias da Petrobras, como na área de Abastecimento, então comandada por Paulo Roberto Costa, e na Área Internacional, que já foi chefiada por Nestor Cerveró, e disse que “não tem dúvida nenhuma de que Nestor Cerveró arrecadou valores para o PT e para o PMDB”.
O ex-líder do governo Dilma no Senado citou nominalmente Calheiros, Rondeau e Jader como beneficiários de “vantagens ilícitas em especial da Diretoria Internacional da Petrobras”.
Ele ainda detalhou a atuação do lobista Jorge Luz, apontado como o operador de propinas do PMDB na Petrobras, e disse que a “intimidade” de Luz na petroleira era tanta que ele tinha até uma vaga cativa entre os diretores da empresa. Com um “suporte político inegável”, disse o delator Delcídio do Amaral, o lobista, pessoa próxima de Renan Calheiros e Jader Barbalho, “prospectava negócios” de interesse do PMDB.
O senador que se tornou, até agora, o maior delator da Operação Lava Jato afirmou que a ascendência de políticos do PMDB nas diretorias de Abastecimento e Internacional da Petrobras permitia que empresas de interesse do partido acabassem “selecionadas” para contratos na estatal. Tudo em troca do pagamento de um pedágio a caciques da legenda. “Tais diretores ‘ajudavam’ as empresas e os partidos recebiam ‘doações’ das empresas em troca”, resumiu Delcídio.