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Delator silencia em depoimento à CPI da Petrobras

Parlamentares da base aliada votaram contra requerimento que transformava sessão em secreta; ex-diretor da Petrobras se recusa a responder

Por Marcela Mattos e Gabriel Castro, de Brasília
17 set 2014, 15h23

(Atualizado às 17h30)

Paulo Roberto Costa, o homem que fez Brasília acordar apreensiva nesta quarta-feira, não deu nenhuma declaração em depoimento à CPI mista da Petrobras. O ex-diretor da estatal foi conduzido pela Polícia Federal ao Congresso Nacional, mas afirmou aos integrantes da comissão de inquérito que usará o direito de permanecer calado – e evitar produzir provas contra si.

Uma articulação de PT e PMDB sepultou qualquer chance de que Costa, delator do esquema de corrupção na Petrobras, contasse o que sabe ao Congresso Nacional. Quando a oposição tentou transformar a sessão aberta em secreta, para tentar convencer o depoente a falar, os governistas se opuseram.

Preso no Paraná, o ex-executivo da estatal, cujos passos assombram o Palácio do Planalto e uma constelação de políticos, foi levado ao Congresso por determinação da Justiça – usava terno, gravata e deixou o bigode. Por não ser acusado de praticar crimes com violência ou ameaça grave na Operação Lava Jato, Paulo Roberto Costa não foi algemado.

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Já havia a expectativa de que Paulo Roberto Costa se negasse a comentar as informações que repassou à Polícia Federal como parte de um acordo de delação premiada – porque isso colocaria em risco o próprio acordo dele com os investigadores, e também porque Costa já esteve na CPI e desmentiu todas as acusações.

A primeira frase do depoente confirmou as expectativas: “Queria colocar para o presidente que eu vou me reservar o direito de ficar calado”, disse ele – e repetiu outras dez vezes. Ainda assim, as perguntas se iniciaram. O primeiro a indagar o ex-diretor foi o relator da CPI, Marco Maia (PT-RS). Ele perguntou sobre a compra da refinaria de Pasadena, as irregularidades na construção da refinaria de Abreu e Lima e o superfaturamento de contratos da Petrobras. Costa se recusou a falar.

O deputado Mendonça Filho (DEM-PE), líder de seu partido, sugeriu que a sessão fosse tornada secreta, para que os parlamentares pudessem tentar convencer Costa a falar. Mas a proposta foi rejeitada por 10 votos a 8.

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Os parlamentares governistas, liderados por PT e PMDB, votaram pela sessão aberta. Ou seja: pela garantia de o delator ficasse calado. O argumento era o de que a população merecia uma audiência pública: “Nós somos pela manutenção da sessão aberta e queremos esclarecer todos os fatos”, alegou Afonso Florence (PT-BA).

Os oposicionistas denunciaram a manobra: “Há os que querem iluminar e os que querem iludir. Manter a sessão aberta é jogo combinado. A investigação só tem uma chance: é fechar esta reunião”, disse Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Mantida a sessão aberta, o silêncio de Costa continuou.

Reunião – Diante de uma sessão inócua, o colegiado solicitou ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e ao relator da Operação Lava Jato na corte, Teori Zavascki, um encontro para tentar obter a íntegra da delação de Costa. A reunião foi agendada para as 18h desta quinta-feira. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já se posicionou ser contrário à liberação dos documentos sob o argumento de que correm em segredo de justiça.

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