Delator diz que pagou US$ 1,5 milhão a líder do governo no Senado
Em sua delação premiada, Fernando Baiano relata propina paga a Delcídio do Amaral na negociata da refinaria de Pasadena, nos EUA. Ele também citou os peemedebistas Renan Calheiros e Jader Barbalho
Investigado como operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras, o delator Fernando Soares, o Baiano, disse aos investigadores da Operação Lava Jato que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo Dilma no Senado, recebeu recursos ilícitos na negociata da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Baiano afirmou que o petista foi destinatário de 1,5 milhão de dólares em propina. A informação foi revelada na noite desta sexta pelo Jornal Nacional, da TV Globo.
Delcídio já havia sido citado antes nas investigações, mas o Supremo Tribunal Federal arquivou os procedimentos de apuração contra ele em março, por falta de provas. À época, o delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, havia dito que “ouviu dizer” que Delcídio teria recebido propina quando era diretor de Óleo e Energia da estatal, no início dos anos 2000.
Fernando Baiano afirmou que pagou a propina para financiar uma campanha do petista ao goveno do Mato Grosso do Sul, conforme a reportagem do telejornal. Ele também afirmou que foi Delcídio quem indicou o ex-diretor de Internacional Nestor Cerveró, condenado no petrolão, para o cargo. O petista nega. Cerveró foi um dos responsáveis pela compra prejudicial da refinaria de Pasadena.
O telejornal informou ainda que Fernando Baiano contou aos procuradores da República que Delcídio, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-ministro Silas Rondeau acertaram um pagamento de vantagens indevidades em contratos de aluguel de navios-sonda da Petrobras. O acerto previa um pagamento de 4 milhões de dólares, mas, segundo Baiano, eles levaram 6 milhões de dólares ao fim do contrato.
O senador afirmou que a citação a seu nome “é um absurdo”. Delcídio disse que conheceu Baiano nos anos 1990 e não manteve mais contato com ele. Renan Calheiros e Jader Barbalho negaram as acusações de Baiano e disseram que não conhecem o homem apontado pela Polícia Federal como intermediário de propinas ao PMDB.
(Da redação)