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Delação de Delcídio leva PGR a pedir investigação contra Aécio Neves, Marco Maia e Vital do Rêgo

Procuradoria também pediu novos inquéritos contra o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Por Da Redação 2 Maio 2016, 13h25

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para abrir quatro novos inquéritos, no âmbito da Lava Jato, com base na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS). Os alvos das investigações requeridas são: o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG); o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ); o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva; e, no mesmo inquérito, o deputado e ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS) e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo. Os pedidos serão analisados pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. Edinho Silva e Eduardo Cunha já são alvos de outros inquéritos relacionados à operação.

Em sua delação, Delcídio cita Aécio e Eduardo Cunha como beneficiários do esquema de corrupção montado na estatal do setor elétrico Furnas, que, segundo ele, atendia a “interesses espúrios” do PSDB, PP e PT. Segundo o senador delator, Aécio tinha um “vínculo muito forte” com o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, apontado como principal operador, e “sem dúvida” recebeu propina do esquema.

Ainda em seu depoimento, Delcídio conta que o início da briga entre Dilma e Cunha começou em Furnas, quando a presidente tirou os aliados do peemedebista da diretoria da empresa. Conforme o senador, a “coisa passou da conta” na estatal, o que obrigou a petista a intervir. Janot baseou o pedido de novo inquérito contra o presidente da Câmara no envolvimento do peemedebista com o operador Lúcio Funaro e a empresa Serra da Carioca II, ligada a Funaro. Segundo o documento enviado pela PGR ao STF, Cunha foi o responsável por alterações na legislação do setor energético, entre 2007 e 2008, que beneficiaram a empresa. As empreiteiras envolvidas no esquema de Furnas seriam Andrade Gutierrez, OAS, Camargo Correa e Odebrecht, também implicadas no petrolão.

Por meio de nota, o presidente da Câmara acusa Janot de ser “despudoradamente seletivo” em relação a ele. Para Eduardo Cunha, “se o critério fosse, de fato, a citação na delação do Senador Delcídio, ele deveria, em primeiro lugar, ter aberto inquérito para investigar a presidente Dilma, citada pelo senador por práticas de obstrução à Justiça”.

Em nota, o senador tucano afirmou considerar “absolutamente natural” e “necessária” as investigações para que elas “demonstrem a correção da sua conduta”. “Quando uma delação é homologada pelo STF, (…) é natural que seja feita a devida investigação sobre as declarações dadas. As citações que fez (…) foram todas por ouvir dizer, não existindo nenhuma prova ou indício de qualquer irregularidade que tivesse sido cometida por ele”, diz o texto assinado pela assessoria de Aécio.

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Em relação a Marco Maia e Vital do Rêgo, Delcídio afirmou que existia um esquema na CPI mista da Petrobras, que funcionou em 2014, para blindar os empreiteiros Leo Pinheiro (OAS), Ricardo Pessoa (UTC) e Julio Camargo (Toyo Setal). Na época, Vital era presidente da comissão e Marcos Maia, o relator. Segundo Delcídio, os empresários enrolados no petrolão se reuniram com integrantes da comissão, entre eles Vital e Marco Maia, para acertarem o “pedágio” em troca da não convocação dos empresários ao colegiado.

Em nota, o deputado petista afirmou que “entende a posição do MP”, mas que confia em que a investigação irá mostrar que ele foi vítima de uma “mentira descabida” feita com a intenção de desgastar a imagem dele e do PT. “Refuto com indignação as ilações ditas a luz de acordos de delação”, diz o texto. O atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo afirmou através de nota que “está à disposição das instituições para qualquer esclarecimento”.

Em relação ao pedido de inquérito contra Edinho Silva, que era tesoureiro de campanha da presidente na última eleição, Delcídio disse que ele teria usado a empresa famarcêutica EMS para pagar despesas de campanha do pleito de 2014. O ministro classificou as declarações de Delcídio como “mentiras escandalosas” e disse apoiar a apuração dos fatos.

Ex-líder do governo Dilma no Senado, Delcídio foi preso em novembro do ano passado após ser flagrado, em uma conversa gravada, tentando comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Em fevereiro, ele firmou acordo de delação premiada e foi solto.

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