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De volta para o futuro: Cabral quer mostrar na TV como era o Rio sem UPP

Filmes de 30 segundos, exibidos a partir do próximo sábado, mostrarão uma comparação da era Garotinho com o governo atual

Por Cecília Ritto e João Marcello Erthal, do Rio de Janeiro
6 ago 2013, 19h01

Estrelas da propaganda do governador Sérgio Cabral na campanha de 2010, as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) se tornaram a marca mais forte do governo. A caminho de 2014, novamente as instalações da PM nas favelas estão escaladas para aparecer na TV, mas, antes da disputa eleitoral, darão lugar a filmes de 30 segundos com imagens do passado, para comparar o Rio com e sem as UPPs, as UPAs e outros programas criados a partir de 2007. Atacado nas manifestações de rua e com desgaste acumulado em sua popularidade, Cabral está empenhado em reerguer sua imagem e voltar a ter chances de fazer do vice, Luiz Fernando Pezão, seu sucessor no Palácio Guanabara no ano que vem. A estratégia escolhida é a de mostrar os problemas do estado antes da chegada de Cabral ao governo, tendo como alvo principal os eleitores jovens, de vinte e poucos anos, que, para os estrategistas do PMDB, não tem na memória de sua vida adulta problemas como as guerras do tráfico nas favelas e as crises na saúde.

Ao dirigir as mensagens ao público jovem, Cabral também tentará dialogar com a faixa etária que está nas ruas desde junho protestando por um conjunto amplo de causas, quase todas atribuídas ao governador – apesar de muitas delas não terem relação com o executivo estadual. A pressão das ruas fez a aprovação do governador do Rio despencar para apenas 12%, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada em julho.

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Os filmes vão ao ar a partir do próximo sábado, dia 10, com 40 inserções de 30 segundos a cada dia. As propagandas não vão citar o ex-governador Anthony Garotinho ou sua mulher, a ex-governadora Rosinha. Mas os dois estão ligados diretamente à estratégia de propaganda. Aliados próximos, ao comentar o “Fora Cabral”, citam repetidamente o risco da “volta dos Garotinho”. A propósito: a última pesquisa de intenção de voto para o governo do Rio, feita pelo DataFolha, com entrevistas entre 27 e 28 de junho, traz Lindbergh Farias (PT) na liderança, com 17%; em seguida, empatados com 15% estão Antony Garotinho (PR) e Cesar Maia (DEM); Pezão aparece ao lado do deputado federal e ex-jogador Romário (PSB) e de Miro Teixeira (PDT), todos com 8% cada.

Beira-Mar – Uma das inserções para demarcar o antes e o pós-Cabral será sobre Fernandinho Beira-Mar. Para não baterem exclusivamente na tecla das UPPs, os peemedebistas mostrarão imagens do dia em que Cabral, articulado com a Justiça do Rio, conseguiu que Beira-Mar fosse transferido do Rio de Janeiro para o presídio de segurança máxima de Curitiba, no Paraná – o Presídio Federal de Catanduvas.

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A mudança na estratégia de comunicação do governo já está em prática. Cabral deu uma entrevista à rádio CBN na qual reconheceu “erros de diálogo” e necessidade de ter “mais humildade”. Na mesma semana, foi pessoalmente visitar as vítimas do rompimento de uma adutora da Cedae na Zona Oeste – antes, quem visitava os locais com situações de emergência era só o vice, Pezão, como ocorreu na tragédia da Serra.

Cabral e seus assessores diretos começaram também a ocupar o noticiário com medidas no sentido de atender anseios demonstrados pelas manifestações. Na segunda-feira, foi exonerado do cargo o comandante-geral da PM, coronel Erir Ribeiro Costa Filho. A exoneração do oficial do posto mais alto da corporação já estava em discussão, mas uma decisão do comando, de anistiar 450 PMs punidos por pequenas infrações, criou um fato positivo: o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, ajudou a criar para o governo uma imagem de combate à tolerância com os desvios na PM. Nesta terça-feira, o novo comandante, José Luís Castro Menezes, anunciou que vai suspender a anistia.

A Polícia Militar também é, ao lado de Cabral, xingada em uníssono nas manifestações. Para a tropa foram criadas novidades: nos últimos protestos, desde a visita do papa Francisco, os policiais aparecem com identificações de nome e códigos nas fardas, de forma que possíveis desvios sejam identificados e punidos. Na passeata convocada pelo grupo Black Bloc, na última quinta-feira, os policiais tiveram uma postura muito mais cautelosa em relação aos manifestantes, e não tentaram impedir a invasão da Câmara Municipal – que ocorreu sem grandes problemas ou atos de vandalismo, como as anteriores.

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Helicóptero – Na segunda-feira, um decreto do executivo criou, em dez artigos, regras para o uso de helicópteros oficiais. A medida é uma resposta à péssima repercussão das revelações de como eram usadas as aeronaves, feitas por VEJA. Cabral, sua família e o cachorro Juquinha usavam as aeronaves como bem entendiam, assim como os assessores diretos do governador. Agora, é necessário informar ao gabinete militar da Casa Civil – órgão mais próximo do gabinete do governador – os motivos do uso e os passageiros, que devem estar necessariamente em missão oficial.

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