De olho na prefeitura, Marta dispara: ‘Haddad é irresponsável’
De saída do PT, senadora culpa prefeito e provável adversário nas eleições municipais de 2016 por obras paradas na capital paulista
Ainda no PT, a senadora Marta Suplicy, provável candidata à prefeitura de São Paulo pelo PSB no ano que vem, aproveitou um debate no plenário do Senado sobre um novo indexador das dívidas de Estados e municípios para criticar o prefeito Fernando Haddad (PT). Marta disse que “Fernando Haddad é irresponsável ao postergar a negociação da redução dos juros da dívida para 2016”.
“É incompreensível para mim como o prefeito fez um acordo desse tipo, sendo que nesta semana ele não está conseguindo pagar as obras que estão paradas. Tem obra parada em São Paulo, segundo ele, por causa de dificuldade da União. Então como é que ele fez um acordo desse tipo. É de uma irresponsabilidade a toda prova”, disse, em referência ao entendimento de Haddad com o governo federal para que o novo indexador da dívida paulistana só entrasse em vigor a partir de 2016.
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Marta é relatora da proposta no Senado e defendeu em seu parecer a rejeição de todas as emendas que postergavam para 2016 a entrada em vigor do novo fator de correção dos débitos municipais. A análise do parecer da Marta e de todo o projeto foi suspensa e, em razão do feriado de Tiradentes, em 21 de abril, será retomada daqui a duas semanas.
Marta também atacou, mais uma vez, o governo Dilma Rousseff, que ela deixou após as eleições presidenciais do ano passado – Marta era ministra da Cultura. “O Estado brasileiro está se portando como agiota. Estou pensando nas cidades e Estados que estão estrangulados. Não é garantido que a situação econômica vá melhorar. Nós, brasileiros, desejamos melhora, mas nada garante. Tudo indica que teremos retração econômica, desemprego, demanda enorme de serviços públicos. É insano por a redução do pagamento da dívida de municípios e estados com a União fique para 2016. O mínimo que podemos fazer pelas cidades e estados é garantir que o alívio da dívida aconteça este ano”, disse a senadora petista.
Na prática, se a sugestão de Marta fosse aprovada pelo plenário, quebraria o acordo costurado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para adiar para o próximo ano a nova fórmula de correção das dívidas. Levy apelou para os senadores para que não aprovassem a medida agora, uma vez que teria, em um ano de ajuste fiscal, impacto de pelo menos 3 bilhões de reais a menos aos cofres da União.
O novo indexador das dívidas foi aprovado pelo Congresso em novembro de 2014, mas ainda não entrou em vigor.
(Com Estadão Conteúdo)