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De dentro do presídio, Fernandinho Beira-Mar consegue lavar o dinheiro da quadrilha

Polícia Civil monta operação para prender acusados de atuar em esquema para camuflar lucros do tráfico de drogas: em 10 meses, grupo movimentou 62 milhões de reais

Por Da Redação
1 dez 2011, 14h16

Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, está encarcerado no presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O nome da instituição dá a ideia de que a população estava a salvo do traficante mais conhecido – e temido – do país. Ledo engano. Apesar de estar aprisionado em uma cidade a 277 quilômetros da capital Natal, e a 2.500 quilômetros do Rio de Janeiro, Beira-Mar ainda comandava uma quadrilha que movimenta altas cifras por ano. Em 10 meses de investigação, a Polícia Civil descobriu que o bando movimentou 62 milhões de reais em operações que envolveram também criminosos do Rio e de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira para apresentar os resultados de uma ação da polícia para desarticular o poder de Beira-Mar, a chefe da Polícia Civil do Rio, delegada Martha Rocha, afirmou que mais criminosos serão encaminhados para presídios federais. “Desvendamos uma enorme engenharia financeira que tem 112 pessoas físicas, 70 pessoas jurídicas e 20 mandados de prisão”, disse a chefe de polícia. Infelizmente, a manutenção de bandidos em presídios, mesmo os federais, não parece estar sendo capaz de conter o avanço das quadrilhas.

Nesta quinta, a Polícia foi à rua para cumprir 20 mandados de prisão, dois deles em Minas, quatro no Paraná, quatro no Rio e 10 para chefes da facção de Beira-Mar, o Comando Vermelho. Até agora, oito acusados foram presos. Estão envolvidos na operação 187 policiais civis, entre delegados e agentes.

A organização criminosa liderada por Fernandinho Beira-Mar – com ramificações por cinco estados, incluindo o Rio – era responsável por distribuir drogas e armas nas favelas dominadas pelo Comando Vermelho e ocultar a origem ilícita do dinheiro. Uma das táticas era obrigar moradores da favela Beira-Mar, na Baixada Fluminense do Rio, a fazer depósitos em empresas de fachada dos criminosos. A lavagem de dinheiro acontecia também nos outros estados, onde o mesmo esquema de empresas de fachada funcionava. A Polícia já bloqueou as contas e disse ter identificado as pessoas.

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A operação, batizada de Scriptus, foi iniciada após a ocupação do Complexo do Alemão, em novembro do ano passado. Na ocasião, foram encontrados bilhetes de Beira-Mar aos traficantes do conjunto de favelas, que era a “sede” do poder do Comando Vermelho. Os recados eram enviados por Beira-Mar às pessoas cadastradas para visitá-lo no presídio. As pessoas que recebiam os avisos do traficante também recolhiam o dinheiro obtido com a venda de drogas. A quantia era depositada nas contas das diversas empresas de fachada do bando. A estratégia era depositar o dinheiro aos poucos, para não levantar suspeitas.

A letra dos bilhetes encontrados no Alemão foi comparada com os requerimentos escritos por Beira-Mar dentro da prisão. Pelo exame grafotécnico, a Polícia pode concluir que os recados que chegavam ao Complexo do Alemão eram de Fernandinho Beira-Mar, que, na época, estava preso em Catanduvas, no Paraná.

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