Curto-circuito causou incêndio em mercado gaúcho
Incêndio destruiu 10% do Mercado Público de Porto Alegre na noite de sábado
O incêndio que destruiu 10% do Mercado Público de Porto Alegre na noite de sábado teve como causa um curto-circuito nas instalações elétricas do Restaurante Atlântico, localizado no segundo piso. A conclusão foi apresentada nesta segunda-feira pelo coordenador dos trabalhos da perícia Rodrigo Edert. O motivo da sobrecarga ainda não foi identificado. “O aquecimento foi causado por outro evento”, afirmou o perito. “Vamos apurar no laboratório qual foi a origem.”
O calor consumiu a capa de fios que passavam pelo local e derreteu dutos de proteção, formando o foco de incêndio que se espalhou para as paredes e para o teto de três quadrantes, apoiado em madeira. A cobertura do vão central, instalada na década de 1990, não foi destruída porque é composta de material resistente ao fogo. Isso evitou que o teto desabasse sobre o piso térreo, onde está a maioria das 111 bancas do mercado.
O incêndio destruiu total ou parcialmente oito restaurantes instalados no segundo andar do edifício de 144 anos, duas lojas vazias e uma sala que guardava o acervo histórico e cultural do Mercado Público. Os demais comerciantes foram autorizados a entrar no prédio nesta segunda e passaram o dia limpando seus estabelecimentos e encaminhando estoques para depósitos. Não está definida a data de reabertura das bancas, mas a expectativa é que seja na semana que vem, depois da revisão estrutural e do restabelecimento da rede de energia elétrica.
Os permissionários que perderam mercadorias e os que terão de restaurar seus estabelecimentos terão acesso a alguns benefícios para retomarem suas atividades. O Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) anunciou a criação de uma linha de crédito especial, com juros de 0,95% ao mês, carência de doze meses e prazo de cinco anos para quitação. A prefeitura pode reduzir ou isentar o aluguel de quem ficar impedido de retomar suas atividades por alguns meses. O governo federal poderá disponibilizar recursos do PAC Cidades Históricas para a restauração do teto.
O delegado Hilton Müller, responsável pela investigação, disse que está certo que não houve incêndio criminoso, admitindo que “o elemento subjetivo é incêndio culposo”. Com as informações da perícia e depoimentos que já começou a colher, ele acredita que pode chegar à identificação de quem tenha acionado a sobrecarga por negligência ou imprudência, se for o caso. O policial também confirmou que o equipamento de combate a incêndios, como hidrantes, mangueira e extintores, estava funcionando. O fogo começou quando o mercado já estava fechado ao público. O restaurante onde ocorreu o curto-circuito já estava vazio. As poucas pessoas que ainda estavam no prédio tiveram tempo de sair e ninguém se feriu.
(Com Estadão Conteúdo)