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Cunha teve à disposição uso de heliponto da Petrobras, aponta investigação

Autorização foi cedida pelo ex-diretor da área Internacional da estatal Jorge Zelada

Por Da Redação
23 out 2015, 08h03

Além de determinar o bloqueio e sequestro do dinheiro mantido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em contas bancárias na Suíça, o Supremo Tribunal Federal (STF) quebrou o sigilo dos documentos com o aditamento da denúncia contra o parlamentar, feito pela Procuradoria-Geral da União.

Há, em vários volumes de documentos, a transcrição de delações de investigados na Operação Lava Jato, resultados de auditorias internas concluídas pela Petrobras antes mesmo da deflagração da Operação Lava Jato, em março de 2014, e até detalhes que indicam a relação estreita entre Cunha e Jorge Zelada, ex-diretor da área Internacional da petroleira. Zelada foi preso durante as investigações e foi declarado réu em agosto deste ano, acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Em setembro, o ex-gerente da Área Internacional da Petrobras Eduardo Musa afirmou em delação premiada que cabia a Cunha dar a “palavra final” nas decisões da diretoria Internacional – na época, comandada por Zelada.

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O ex-diretor, apontado como cota do PMDB na divisão das diretorias da estatal, autorizou, em 2010, a utilização das instalações da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, num domingo, para que Cunha pudesse embarcar em um helicóptero. A cópia do e-mail passado por Elizabeth Taylor, secretária do então executivo, anexada ao processo, comunica à segurança do prédio a permissão de uso da garagem e do heliponto do edifício pelo deputado Eduardo Cunha e pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, no dia 12 de setembro de 2010, um domingo de campanha eleitoral. Os dois embarcariam em um helicóptero entre 10h45 e 11 horas. Cunha nega que tenha de fato feito uso do favor.

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Estão também anexados ao processo documentos internos da Petrobras com resultado de uma auditoria aberta para apurar denúncias de irregularidades em contratos internacionais feitos nas gestões de Nestor Cerveró – também preso na Lava Jato – e Zelada.

O relatório final da comissão é datado de 25 de outubro de 2013, cinco meses antes da deflagração da Lava Jato. E confirma que o engenheiro João Augusto Henriques, lobista que em delação premiada revelou ter repassado recursos de propina para contas na Suíça que tinham Cunha como beneficiário, mantinha influência e poder de negociação com os executivos da Petrobras.

“A possibilidade de que o Sr. João Augusto tenha exercido influência e atuado como intermediador de negócios de responsabilidade da área Internacional se sustenta pela confirmada proximidade com vários empregados que ocupavam posições chave naquela área”.

Especificamente em relação às práticas adotadas por Zelada, a conclusão da auditoria é de que ele “criou ambiente favorável para que os negócios celebrados tivessem não conformidades detectadas pela Auditoria”.

Em julho de 2014, Zelada passou a ser investigado pela Lava Jato. De acordo com o inquérito policial, ele teria “favorecido a empresa Odebrecht em processos de licitação quando era diretor Internacional da companhia petrolífera brasileira”.

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(Com Estadão Conteúdo)

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