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Cunha repete Maluf: promete doar dinheiro que for encontrado em contas suas no exterior

Presidente da Câmara volta a negar que tenha patrimônio em outros países. Ministério Público da Suíça já encontrou quatro contas

Por Da Redação
29 dez 2015, 13h04

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a negar nesta terça-feira que tenha contas no exterior. A novidade é que, desta vez, o peemedebista disse que “dá de presente” qualquer conta dele que venha a ser encontrada pelos investigadores. Repetiu o também deputado Paulo Maluf (PP-SP), que no passado prometeu doar à Santa Casa valores que fossem encontrados em seu poder no exterior.

“Vocês podem preparar em qualquer escritório de advocacia internacional qualquer documento que diga ‘empresa’, ‘truste’, de qualquer natureza, para eu assinar procuração, doação, busca, verificação. Não é só de Israel, não, de Israel, da Arábia Saudita, do Líbano, de qualquer lugar do mundo que você queira e de qualquer conta bancária, que eu dou de presente para reverter a quem quiser, porque não existe”, afirmou Cunha.

“Eu estou absolutamente tranquilo, não tenho preocupação nenhuma. O que eu tinha, o que foi colocado e que está sendo por mim explicado é o que já é de conhecimento. O resto não existe, isso é fantasia. Eu não estou nem pedindo para provar. Eu já faço antecipadamente a oferta de assinar qualquer documento necessário, de qualquer natureza. Não é para dizer que estou driblando, de qualquer natureza. Faça o documento que quiser que eu assino”, disse o peemedebista.

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Cunha diz que pedido de afastamento ‘é uma peça teatral’

Investigações do Ministério Público da Suíça já encontraram quatro contas ligadas a Cunha no país. Cunha, no entanto, diz que não se tratam de contas, mas de trustes – espécie de fundos de investimento. Ele afirma ainda que não é dono do dinheiro aplicado nesses trustes, mas apenas “usufrutuário” e “beneficiário em vida”.

No café da manhã desta terça-feira, Cunha também negou ter qualquer tipo de relação com Ricardo Pernambuco, da Carioca Engenharia, que disse em delação premiada que pagou propina ao peemedebista em conta no Israel Discount Bank e em outras duas contas no banco BSI e no Merril Lynch. Foi nesse mesmo encontro que o deputado comentou o pedido de afastamento apresentado contra ele pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmando que o documento é uma “peça teatral”.

Durante o café, Cunha afirmou estar tomando cuidado com suas declarações por temer que Janot use “partes de minhas falas” e voltou a se dizer perseguido pelo procurador-geral. “Não há dúvida que ele me escolheu”, afirmou. Confrontado com o fato de que o ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral (PT-MS) já havia inclusive sido preso, Cunha disse que o senador está atrás das grades por ter sido pego em flagrante.

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Questionado se era capaz de fazer uma autocrítica, o presidente da Câmara disse que deve ter cometido vários erros, mas não enumerou nenhum. Perguntado sobre episódios específicos como sua ida à CPI da Petrobras, quando negou ter contas no exterior pela primeira vez, e as manobras para protelar o processo contra ele no Conselho de Ética, Cunha minimizou a questão. “Não considero que são erros”. Ele disse que apontar sua tentativa de defesa como manobras é uma tentativa de constrangimento. “Você quer me constranger. Você não quer que eu seja julgado, quer que eu seja justiçado”, disse Cunha, afirmando ter “expectativa total de terminar o mandato”.

Cunha também fez uma série de críticas à imprensa, acusando jornalistas de constranger e fazer “bullying” com seus aliados e familiares. “Vocês estão constrangendo as pessoas. Isso é um bullying que vocês fazem”, afirmou, acrescentando que não tem sido hostilizado nas ruas.

Pedaladas – Cunha afirmou que o fato de o governo ter decidido quitar ainda neste ano os pagamentos pendentes das chamadas “pedaladas fiscais” não influenciará o julgamento do processo de impeachment. Ele disse que o governo, ao anunciar os repasses aos bancos públicos, reconhece que “errou” no passado. O Tesouro deve usar até 57 bilhões de reais para pagar os repasses represados. “Não é com o pagamento das pedaladas em 2011 e 2014 que você muda a realidade do decreto ter sido emitido em desacordo com a lei orçamentária. São coisas distintas. A lei de responsabilidade não é igual ao caso de sonegação fiscal, quando um contribuinte, pagando o imposto, extingue a punibilidade do suposto crime. Não é o caso. Não tem previsão de extinção e punibilidade. Na prática o decreto emitido foi um decreto em desacordo com a lei. E isso que tem que ser acusado, respondido e julgado.”

O peemedebista previu que o andamento do impeachment deve ser concluído, na Câmara, até o fim de março. Depois, conforme decisão do Supremo, o Senado poderá reavaliar o caso. Cunha disse que o governo Dilma tem uma “maioria frágil” na Câmara, com cerca de 200 votos. Mesmo sendo mais que os 171 deputados necessários para barrar o processo, Cunha afirma que é a base governista é insuficiente para mais três anos de governo.

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(Com Estadão Conteúdo)

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