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Cunha minimiza derrota, mas mapeia traições e planeja reação

Deputadas do Tocantins ligadas à ministra Katia Abreu e aliados de Renan Calheiros possivelmente mudaram seus votos e apoiaram Leonardo Picciani

Por Da Redação 17 fev 2016, 19h09

Se até esta manhã o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cantava vitória para seu aliado Hugo Motta (PB) na disputa pela liderança do PMDB, o tom do discurso foi outro após a eleição do adversário Leonardo Picciani (RJ) por sete votos de diferença. À imprensa, Cunha minimizou o resultado desta quarta-feira, afirmou não se sentir derrotado e reduziu o processo a uma escolha da bancada. Nos bastidores, porém, uma reação já está sendo avaliada: o peemedebista está dedicado a fazer cálculos e a mapear a origem das traições que fizeram naufragar seus planos de ter um braço-direto no comando da legenda.

Picciani foi eleito nesta tarde por 37 a 30 votos, e duas abstenções. Cunha havia estimado placar próximo a esse, mas favorável a Hugo Motta. Após o anúncio do resultado, ele deixou rapidamente o plenário e dirigiu-se ao seu gabinete, onde já pôde constatar pelo menos quatro traidores.

Dois deles são de parlamentares de Tocantins que podem ter sofrido influência da ministra e conterrânea Kátia Abreu: Dulce Miranda e Josi Nunes. Ligados a Renan Calheiros, que nos últimos tempos se tornou um fiador do Palácio do Planalto, os deputados Veneziano Vital do Rêgo (PB) e Aníbal Gomes (CE) também são apontados por pessoas próximas a Cunha e a Hugo Motta entre os que mudaram de lado. Supõe-se que eles tenham sido beneficiados de alguma forma pelo governo, como a clássica liberação de verbas por ministérios.

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Apesar da diferença de sete votos para Picciani, a expectativa é a de que a bancada continue rachada, já que três dos votantes desta tarde ocupam outras funções, como secretarias no Rio de Janeiro e o Ministério da Saúde, e voltam a seus cargos após a eleição. Caso seus suplentes façam oposição a Picciani, a situação provocaria quase um empate entre as duas alas. Nesse caso, a possibilidade de recorrer novamente ao uso de listas não está descartada. Picciani perdeu o cargo de líder no ano passado justamente por causa do uso deste expediente: em uma articulação de Cunha, deputados reuniram assinaturas de metade da bancada e elegeram Leonardo Quintão (MG) para o comando da bancada. Na semana seguinte, porém, o deputado fluminense contou com a ajuda do governo e recuperou o cargo. Neste ano, foi firmado um acordo de que não valeria mais o uso de listas. Mas acordos, dentro do PMDB, não raro são quebrados.

Crítico de Picciani, que acusa de desunir a bancada, Cunha afirmou nesta quarta que agora cabe esperar a forma com que Picciani vai conduzir a bancada. “Se não conduzir para que a sua maioria se expresse, certamente haverá outra revolta no seu devido tempo”, disse. “A bancada não age, a bancada reage”, continuou. Hugo Motta, porém, nega qualquer estratégia contra Picciani. “Não se pode partir para o revanchismo. É necessário aguardar para ver como ele vai começar a liderança dele. Faltou voto. Não pode botar culpa nos outros”, disse ao site de VEJA.

Cunha negou ainda estar isolado e ponderou que quem votou em Picciani “não necessariamente” é contra ele. “Eu sou uma pessoa muito habituada a receber os resultados das eleições com muita tranquilidade. Quem você apoia pode ganhar ou perder. É da vida”, disse. Ele reforçou que não considera o resultado uma derrota sua. “A minha disputa eu nunca perdi uma. Mas não fui eu que disputei. Eu apoiei.”

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